miércoles, 31 de marzo de 2004

CENTENARIAÇO!

A seleção Venezuelana conseguiu uma goleada histórica em pleno estádio centenário, em Montevideu, batendo a seleção do Uruguai por 0 x 3, na quinta data das eliminatórias sulamericanas rumo à copa da Alemanha, em 2006. É a pior derrota do Uruguai em casa, na história das eliminatórias.

A "vinho-tinto" fez a melhor partida de sua história, não só aplicando um showcolate, mas dominando o jogo completamente. Vale lembrar que o Uruguai empatou seu jogo com o Brasil, jogando em Curitiba.

É um dia histórico para o futebol venezuelano, que já disse que seus resultados não são questão de sorte.

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Team Venezuela got a historic victory at Centenario Stadium, in Montevideo, beating team Uruguay three-zip, on day fifth of the South-american 2006 Football World Cup qualifiers. Uruguay suffered its worst home defeat on World Cup qualifiers.

The "red-wine" had its best game ever, not only kicking uruguaian butts, but also dominating the game from start to finish. I must comment this same team Uruguay pulled a draw against team Brazil a fez months ago, playing on the road.

It's a historic day for Venezuelan football. This last game means the latest results are not a fluke.

lunes, 29 de marzo de 2004

Resumo da semana

Se as coisas que aconteceram na semana que se passou na Venezuela acontecessem no seu país, você diria que foi uma semana, no mínimo, tumultuada. Para nós, venezuelanos, foi uma semana "mais-ou-menos".

Para começar, a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça passou por cima da Sala Eleitoral (vejam bem, ELEITORAL), que têm o mesmo rango, e anulou a sentença desta última, que obrigava o CNE (o TSE daqui) validar mais de 800 mil assinaturas que, somadas às mais de 1.8M que já passaram pelo pente, seriam suficientes para convocar a um referendo revogatório do mandato do presidente, Hugo Chávez. Em 2 de março, quando anunciou que mais de 800 mil assinaturas deveriam ser "reparadas", o presidente do CNE Francisco Carrasuqero disse "quem não entiver de acordo com a decisão de mandar essas assinaturas ao reparo, pode ir e entrar com um recurso na Sala ELEITORAL do TSJ". Pois é, foi isso mesmo que a oposição fez, para logo ouvir o mesmo Carrasquero dizendo que ele não ia aceitar decisão de Sala Eleitoral nenhuma, mas só a decisão da Sala Constitucional. Mas aqui não termina tudo. A Sala Constitucional têm 5 juízes, e todas as sentenças devem ter as assinaturas de pelo menos 4 deles. Como dois dos juízes negaram-se a assinar a sentença por considerá-la uma intromissão em assuntos da Sala Eleitoral, os outros 3 juízes mandaram a sentença assim mesmo. Inconstitucionalidade pouca é bobagem.

Também tivemos denúncias de demissões por causas políticas. Até agora, mais de 7000 denúncias chegaram à CTV (a CUT daqui). Todas elas tratam de trabalhadores (funcionários públicos e empregados de contratistas que prestam serviços ao governo) demitidos por terem assinado contra Chávez. O governo venezuelano vai além: na DIEX (oficina nacional de identificação) têm computadores com o banco de dados daquelas pessoas que assinaram, e quando algum destes cidadãos vão pedir passaporte, carteira de identidade ou a renovação destes, o serviço é negado.

Depois das declarações do Ministro da Saúde, a nova bomba foi do Ombudsman da Venezuela. Ele disse que aqui não existem presos políticos, mas políticos presos. Disse ainda que não viu denúncia nenhuma sobre violações dos direitos humanos.

Ontem, no seu programa semanal, Chávez disse que "não dá a mínima" para os informes da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e da OIT. Depois ele diz que a oposição é que anda com um linguajar violento. Disse ainda que ele só vai seguir as recomendações da OIT (que pede que os demitidos de PDVSA sejam re-contratados) quando Tarzã dos macacos chegue à Venezuela. Eu não estou inventando isto.

A última é que agora os canais da TV a cabo serão obrigados a transmitir as cadeias e anúncios maratônicos do governo, como se já não bastasse a invasão dos lares venezuelanos por meio do seqüestro das TVs abertas.

Em breve, mais notícias deste circo chamado Venezuela. Só que neste circo, quem manda é um palhaço.

martes, 23 de marzo de 2004

Fidel, ainda choro por "El Guajiro" (por David Gueiros Vieira)

Fonte: Mídia Sem Máscara (http://www.midiasemmascara.org)
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Nota do autor: Cada vez que Fidel Castro tem vindo ao Brasil, tenho tentado publicar o artigo abaixo, sem, no entanto, obter acolhida nos jornais brasileiros, para os quais enviei. O nome de “el Guajiro”, que dou ao meu amigo, executado por Fidel Castro, ficará assim mesmo. Recuso dar seu nome real, pois a família ainda mora em Cuba, e sem duvida sofrerá severas represálias de Fidel Castro, se é que algum deles ainda é vivo.


Seus companheiros cubanos chamavam-no de "el Guajiro". Era neto de imigrantes espanhóis, e dono de uma pequena fazenda no interior de Cuba. Daí seu apelido de "Guajiro", que no falar cubano quer dizer matuto, capiau. Os outros colegas eram de Havana, Santiago e Camagüey.

Do avô espanhol, o "Guajiro" herdara uma velha espingarda de caça. Pela descrição da mesma, essa estava mais para um velho bacamarte do que para uma espingarda moderna. Era toda encravada de prata, afirmava ele. Uma jóia daquela família espanhola, guardada de geração em geração. Para um garoto de 19 anos, aquela velha arma era o objeto mais precioso que possuía, do qual constatemente falava e se gabava aos amigos. Por isso mesmo, estes sempre faziam chacota sobre a tal espingarda preciosa.

Éramos um pequeno grupo de latino-americanos, em 1949, estudantes de uma faculdade presbiteriana, no sul dos Estados Unidos, egressos de escolas presbiterianas do Brasil e Cuba. A revolução de Fidel Castro ainda estava para acontecer, dez anos depois.

Na revista Bohemia, que os cubanos recebiam, sempre vinham reportagens sobre os movimentos estudantis naquele país. Lembro-me distintamente do retrato de um dos líderes universitários da época. Era um tipo gordote, usando um bigode fino, muito em moda naqueles tempos. "Este es un revolucionario comunista, muy peligroso", informavam-me os cubanos. Mais tarde eu veria aquele mesmo retrato em revistas norte-americanas, identificado como sendo de Fidel Castro, o revolucionário da Sierra Maestra.

Confesso que não entendia como a imprensa norte-americana, sob a influência do jornalista Tad Szulc, do New York Times, chamava o gordote de "grande democrata". Se meus amigos cubanos já o haviam identificado como "revolucionario comunista muy peligroso", como podia a imprensa americana identificá-lo como "democrata"? Cheguei a suspeitar que Tad Szulc fosse também daquela mesma ideologia. Engano meu. Fora apenas mais um jornalista estrangeiro ludibriado pelo "Comandante", como explicaria Jean-Paul Sartre, em um livro sobre a revolução cubana, infelizmente nunca publicado no Brasil. Sartre fora a Cuba e ouvira todos os detalhes da revolução da boca do próprio Fidel, com todos os detalhes de como ele havia enganado a burguesia cubana e os americanos. É obra que deveria ainda ser traduzida para o português, pois dá uma versão da revolução cubana, bem diferente daquela que o ditador Fidel Castro ainda hoje conta pelo mundo a fora.

Ao final do bacharelado, em 1952, o grupo latino-americano daquela faculdade se desfez, indo cada um para seu lado. Perdi contato com quase todos os ex-colegas cubanos, exceto um, que fora trabalhar em Nova Iorque. Foi através deste que, eventualmente, recebi notícias do grupo.

Sete anos depois, em 1959, o gordote da fotografia na revista cubana deixara crescer a barba, e se transformara no "el comandante" revolucionário da Sierra Maestra. O “comandante” Fidel eventualmente faria uma grande traição - na descrição de Sartre - à revolução contra Fulgencio Batista, na realidade liderada e levada a efeito pelos partidos democratas cubanos, que foram os verdadeiros responsáveis pela derrubada do governo daquele ditador. Foi um golpe de mestre, dado naqueles partidos burgueses e “reacionários” – assim afirmou Sartre, em seu livro, intitulado, em inglês, Sartre on Cuba. Esse golpe trouxera Fidel ao poder. Que tremenda falta fez aqui no Brasil aquele honestíssimo livro de Sartre, contando com toda a fidelidade os detalhes da revolução cubana!

Com a chegada de Fidel Castro em Havana, comandando um “exército” de camponeses, que ele fora angariando aos poucos, na sua viagem entre a Serra Maestra e Havana - prometendo terras aos mesmos - Fidel intimidara os partidos democratas. Chegou à Havana com um exército de camponeses armados e desarmou a todos os dos partidos democratas. Esses camponeses, no final, foram também ludibriados, pois lhes tinham sido prometidas terras. Em vez disso, receberam como compensação títulos de terras que não existiam e que por isso mesmo não eram descritas no papel. O papel lia algo com: “Este documento certifica que o portador, cidadão cubano, é dono de tantos e quantos metros quadrados de terra cubana”. Era apenas mais um engodo perpetrado contra o povo cubano. Os camponeses foram então postos a trabalhar nas fazendas comunitárias do Estado. Os camponeses só, não. Todos e quantos eram declarados de mentalidade burguesa, eram para lá enviados a fim de serem “reeducados”. Os ditos “inimigos da revolução” eram fuzilados.

Com a derrocada dos partidos democratas cubanos, meus amigos ex-companheiros de faculdade, amedrontados, fugiram quase todos para os Estados Unidos da América. O "Guajiro", no entanto, ficou em Cuba. Sem entender o que estava se passando, ele assumira a administração da fazenda familiar, pois aparentemente não queria abandonar uma propriedade que seus avós tinham adquirido com tanto esforço.

Veio então uma ordem de Fidel Castro a todos os cubanos: entregar todas as armas de fogo que possuíssem. O "Guajiro" entregou todas, exceto uma: o famoso velho arcabuz, todo encravado de prata, que herdara do avô e que ele tanto amava. Cuidadosamente embrulhou a velha arma em plástico e enterrou-a, talvez na esperança de algum dia poder recuperá-la. Sua ação, no entanto, foi testemunhada por funcionários da fazenda, que o denunciaram às autoridades. Foi declarado “traidor” da revolução. Na visão dos fidelistas, havia ainda dois terríveis agravantes contra ele, além daquele de possuir o velho arcabuz: estudara em um colégio americano em Cuba e em uma faculdade nos Estados Unidos da América. Esses eram crimes que não podiam ser perdoados. Foi preso, obrigado a desenterrar a arma, e sumariamente fuzilado.

Os detalhes do fuzilamento do "Guajiro" me foram contados pelos outros companheiros cubanos. Tendo eu mesmo presenciado os horrores dos quase que novecentos fuzilamentos sumários, ocorridos em Cuba, logo após a tomada do poder por Fidel Castro, e levados a efeito em pleno campo de esportes de Havana - com a multidão gritando "al paredón, al paredón" - fuzilamentos esses testemunhados por todo o mundo civilizado, através da televisão, jamais duvidei do relato que me fizeram da morte do "Guajiro".

Antes de ser fuzilado, assim relataram-me os companheiros, “el Guajiro” fora levado a um hospital, onde lhe tiraram quase todo o sangue. Era argumento de Fidel Castro, que os "traidores da pátria" deviam pelo menos "doar" seu sangue à mesma. Que se saiba, todos aqueles que foram declarados “traidores” foram tratados desta mesma maneira. Tão fraco ficara o "Guajiro", com a retirada de quase todo seu sangue que, para ser fuzilado, teve de ser atado a um poste.

A família do morto, ainda não compreendendo aquele novo tipo de governo, que fora imposto à Cuba, solicitou o corpo do parente, para enterrá-lo condignamente. Mais ainda, exigiu cópia do processo criminal que resultara naquela sentença de morte. As autoridades cubanas, ainda tentando parecer "democráticas" - o próprio Fidel fora aos Estados Unidos em 1961, para convencer os americanos disso - depois de várias semanas enviaram à família os documentos solicitados.

Ocorre que ditos papéis claramente demonstravam ter o rapaz sido julgado post-mortem, e que sua sentença só fora pronunciada um mês após sua execução, e apenas para validá-la.

E assim prosseguiu a gloriosa revolução cubana, dita "democrática", ainda hoje louvada por tantos incautos, que têm acesso apenas à propaganda do governo de Fidel Castro.

Já contei várias vezes essa mesma história do “Guajiro”. As verdades históricas, desse tipo, devem ser contadas e recontadas, e mais uma vez recontadas para que não sejam jamais esquecidas. Esconder os detalhes de eventos desse tipo seria um crime de lesa história, visto que a imagem de Fidel Castro - hoje geralmente aceita - é de ser ele apenas um velho e bondoso "tio" que, aqui e ali, tem apenas negado os "direitos civis" de algumas pessoas. Falta-nos um Kruschev cubano, para contar todos os detalhes dos crimes contra a humanidade, ocorridos em Cuba desde a revolução de Fidel Castro, em 1959 [1].

Por essa razão, mais uma vez envio esta mensagem ao tiranete cubano: Fidel, ainda hoje choro pelo meu amigo "el Guajiro", que tu tão covardemente assassinaste.

lunes, 22 de marzo de 2004

Vasco 2 x 1 Flamengo

Não interessa se foi contra o time reserva deles. Eles mesmos reconhecem que a diferença com os titulares não é tão grande assim, então a vitória de ontem vale sim. Agora é jogar com seriedade contra o Friburguense. Esse pode ser o Campeonato Carioca mais fácil dos últimos tempos.

domingo, 21 de marzo de 2004

Mais demissões políticas

Clique aqui para ver uma pequena parte dos orgãos e instituições do governo em que demitiram funcionários só porque assinaram um PEDIDO de referendo revogatório do presidente Hugo Chavez.

Pois é, este é o único país em que, segundo o governo, a oposição "golpista" pede eleições e o governo "democrata" não quer nem saber de ir para as urnas (eleitorais). Já para as outras urnas, pode ser...

sábado, 20 de marzo de 2004

Ministro da Saúde diz que funcionários que assinaram serão demitidos

O Ministro da Saúde da Venezuela, Roger Capella, disse que aqueles funcionários de seu ministério que tenham assinado o pedido de referendo revogatório de Hugo Chavez serão demitidos. Quando perguntado por uma jornalista sobre os direitos das pessoas de terem uma opinião política, ele justificou-se dizendo que ter assinado o pedido "é um ato de conspiração e terrorismo".

Uma notícia dessas seria suficiente para escandalizar qualquer leitor estrangeiro, mas na Venezuela ela vai para a lista de ameaças e intimidações do governo contra a população. Num país em que 50% da força laboral está na economia informal, e o desemprego supera 20%, a ameaça de demissão leva o funcionário a pensar na família que depende dele. O governo usa a chantagem como política de estado.

viernes, 19 de marzo de 2004

Qual é a definiçao chavista de "direitos humanos"?

Isto devo postar sim, mesmo sem acentuaçao correta.

Leitores que saibam inglês deveriam visitar também os links ao lado, Caracas Chronicles, O Cocô do Diabo (isso mesmo) e Daniel's Views.

Juan Carlos Zambrano foi um dos torturados e mortos que a cada dia somam-se às terríveis violaçoes dos direitos humanos na Venezuela. Ele foi assassinado em Lagunillas, no estado Zulia (que faz fronteira com a Colômbia), oeste do país. O resultado do exame feito por médicos legistas aponta sinais de tortura, pois o corpo tinha o pâncreas arrebentado, os testículos queimados, e fraturas na clavícula, no homoplato e na mandíbula. No estômago de Juan Carlos foram encontrados cabelos (dele mesmo, que obrigaram a engolir), fezes humanas, e nas costas apresentava queimaduras feitas, com uma panela de gelo.

Alêm disso, a namorada dele, de 17 anos, foi estuprada em frente de Juan Carlos e forçada a fazer sexo oral com os soldados do exército, que sao comandados pelo possível candidato a governador do estado Zulia pelo partido de Chavez. Ela também foi ameaçada de morte pelos soldados, em caso de que ela contasse tudo o que aconteceu.

Juan Carlos trabalhava juntando latas na rua (nao era exatamente o que Chavez chamaria de oligarca). A mae de Juan Carlos, que estava na base do exército enquanto o filho era torturado, contou que davam água suja a ele e depois batiam com um taco de beisebol no estômago para forçá-lo a vomitar a água. Depois de amarrar suas maos e ter sido arrastado no asfalto dentro da base militar, ele foi libertado, mas morreu horas depois no hospital.

Agora um pedido aos meus três leitores, se vocês querem ajudar a Venezuela, denunciem a nossa penosa situaçao escrevendo para os jornais, para os deputados do congresso e para as embaixadas. Largue de pensar que Chavez é democrata, ele pode ter sido eleito, mas perdeu legitimidade no exercício do cargo. Ele nao é esquerdista, socialista, comunista ou afins, ele é um ditador da mesma escola de Saddam, Pinochet, Hitler, Stalin, Mussolini, Franco e outros menos cotados.

Acorda mundo!!! Estao nos matando na Venezuela.

Desculpem a falta de posts

Nao estou em Valencia e, pela falta de acentuacao, podem ver que nao estou no meu computador. Devo postar de novo só no fim de semana ou na segunda.

Inté.

lunes, 15 de marzo de 2004

Demitem trabalhadores do Metrô que assinaram contra Chavez

Ricardo Sansone, representante de um dos sindicatos do Metrô de Caracas, denunciou que mais de duzentos trabalhadores desta empresa foram sumariamente demitidos por razões políticas: eles teriam assinado a requisição de referendo revogatório contra o presidente da Venezuela, Hugo Chavez.

Num país onde passaportes são negados àquelas pessoas que assinaram contra o presidente, a denúncia não surpreende a ninguém.

Recurso contra anulação das assinaturas é aceito

Um recurso contra a anulação das assinaturas com caligrafía similar apresentadas pela oposição venezuelana, que pede um referendo revogatório contra Hugo Chavez, foi aceito pela Sala Eleitoral do Tribunal Superior de Justiça, a máxima instância judicial em matéria eleitoral do país. Com a decisão, o Conselho Nacional Eleitoral é obrigado a declarar válidas as mais de oitocentas mil assinaturas com caligrafía similar, elevando o número de assinaturas válidas a 2.708.510, umas trezentas mil a mais do que o necessário. O procedimento de reparo, então, serviria para retirar as assinaturas daquelas pessoas que assim o solicitarem, e não mais para tentar chegar ao número mínimo para solicitar o referendo.

Parte da sentença diz assim:

"Se ordena al CNE efectuar el procedimiento de reparo en el lapso establecido en el artículo 31 de las normas para regular los procesos de referendo revocatorio de mandato de cargos de elección popular y luego de realizado este procedimiento y de existir al menos el 20% de solicitudes válidas proceda a convocar el referendo revocatorio al que refiere el presente fallo en el lapso establecido en el articulo 33 de dichas normas"

Acho tudo isto muito bom pra ser verdade, e por isso prefiro esperar o próximo truque do governo venezuelano.

Campos de treinamento para torturadores...

... no país do ditador do Zimbabue, que, segundo Chavez, é um "lutador pela liberdade".

Denuncias que chegaram à BBC revelam que o ditador Robert Mugabe, elogiado pelo presidente venezuelano Hugo Chavez, têm instalado campos de treinamento para jovens do país, onde os garotos e garotas são sometidos a abusos físicos e sexuais, para depois serem treinados para torturar outras pessoas. Meninas que foram estupradas contam que os "treinadores" diziam que o abuso sexual era parte do treinamento.

A transcrição, em inglês, do depoimento dos garotos que conseguiram escapar do campo, está aqui.

jueves, 11 de marzo de 2004

A verdade ao mundo (por Elides J. Rojas L.)

"Camaradas embaixadores, vocês vieram só para uma coisa: me escutar. Quer dizer, vocês terão o imenso prazer de escutar o mesmo monte de nhenheném que digo sempre na rua, só que com a vantagem de me terem perante vocês pelo tempo que eu queira. Então vamos colocar, já na arrancada, os papéis que desempenharemos durante as próximas horas. Primeiro: Eu falo. Eu tenho a palavra. A verdade me pertence. Segundo: Vocês, excelentíssimos camaradas, ouvem, escutam, suportam tudo isso e acreditem em mim. Isso é muito importante. Acreditam em tudo e devem repetí-lo aos seus governos. É fácil. Não tem nada de mais. Isso sim, tudo sob uma premisa fundamental. Se George "doble" Bush é um panaca porque acreditou que os militares não estavam comigo, eu assumo que todos aqueles que não acreditem em mim são uns panacas também, logo, vocês decidem o que são.

Vejamos do que se trata tudo isto. Tudo que vem ocorrendo no país nos últimos días não existe, não está acontecendo, nunca aconteceu. Vocês entendem. A mídia se encarregou de criar uma realidade horrível que, pelos próprios fios da conspiração, tem impactado o mundo e, muito especialmente, os governos desse mundo manipulável e de fraco entendimento. Os pronunciamentos de nações, altos funcionários, organismos internacionais e ONGs são absolutamente inválidos. Não vi nenhum. Os li ou ouvi na imprensa ou na TV ou no rádio. Nada tangível. Isso, como vocês sabem, é suficiente para colocá-los em observação e sujeitos a reparo. A verdade é que esta oposição irracional, golpista, saboteadora e violenta, não pode ver um cassetete porque arremessam-se contra ele. Temos vários vídeos, como o do 11 de abril, em que poderão apreciar a realidade. Outro problema que enfrentamos é a adicção de algumas pessoas às bombas de gás lacrimogêneo. Eles não podem viver sem a fumaça. De vez em quando saem em massa, como loucos. Sobre esta situação, que nos preocupa realmente, já dei instruções ao general interplanetário, aquele dos três sóis, para que organize este assunto e faça uma espécie de Megamercado. Assim poderemos repartir cotas de cacetadas, pauladas e gás lacrimogêneo ordenadamente, fazendo fila na avenida Bolívar.

A questão dos tiros e mortos é outra mentira conspirativa. É como as assinaturas e o referendo. Tenho as provas aqui. Ninguém viu ninguém assinando. A mídia inventou as filas de gente assinando quando na realidade era gente visitando o palácio de Miraflores para beijar minha mão, para me tocar. Isso acontece a diário. Estão empenhados em dizer que conseguiram as assinaturas para me tirar, mas na verdade estão doidinhos para que eu fique.

Vocês, excelentíssimos camaradas e companheiros, como queiram, vão correndo para os seus escritórios, como se fossem clones de William Lara ou Ismael García (deputados chavistas), e digam aos seus governos a verdade, a única.

E agora, quando estiverem convencidos de que existe uma conspiração de "doble" Bush e seus lacaios da OEA, coisa que, sem medo de errar, compartem de forma unânime comigo. Sem dúvida.

Vão, camaradas. Repitam. É um democrata. Incapaz de violentar os direitos humanos. Íntegro. Sério. Sempre diz a verdade. E, valente como é, daria a vida pelo revogatório para demonstrar sua grandeza."

Um monte de babaquices.

martes, 9 de marzo de 2004

So much for banning weapon bearing

Last week, Defense Minister García Carneiro issued a supension on all permits for bearing weapons, until march 14th. He said that, besides containing violence from opposition demonstrators (yeah, right), it would reduce crime rates throughout the country. Well, sunday night my cousin, his wife and two little kids were assaulted 100 meters from my home by three guys bearing 9mm pistols. They took away their Jeep Cherokee and the kids' bicycle.

So much for this pretty revolution.

viernes, 5 de marzo de 2004

Adivinhando Hugo Chavez, da Venezuela (por Aleksander Boyd)

Educado no exército, fundou um movimento esquerdista nacionalista.

Numa tentativa desesperada por chegar ao poder, organiza e comanda um falido golpe de estado. O golpe é controlado em poucas horas, ele é detido e acusado de ter atuado covardemente durante o golpe.

Na sua primeira declaração, depois de detido, ele assume toda a responsabilidade pelo golpe. Na prisão, chega à conclusão de que o único jeito de obter o poder é pela via democrática.

O governo, temendo convertê-lo em martir, o libera. Uma vez livre, começa suas atvidades na política, se apresentando com uma imagem de autoritarismo e usando discursos demagógicos, patrióticos e populistas.

A terrível situação econômica do país e a enorme inflação, que afeta principalmente as classes média e baixa, o ajuda, e recebe um grande apoio destes extratos sociais.

Precisando de muito dinheiro para sua campanha, muda seu discurso e veste-se elegantemente, baixando o tom de "vingador dos pobres". Começa a cortejar homens de negócios e industriais, muitos dos quais, temendo sua chegada ao poder, caem na armadilha e o apoiam na campanha.

Querendo cuidar de seus interesses usando meios violentos se necessários, decide criar forças paramilitares, em sua maioria formadas por antigos integrantes do exército e mercenários, que são obrigados a fazer um juramento de fidelidade.

Alegando que não é capaz de governar dentro dos limites da constituição, usa o congresso e o povo para convocar um referendo que lhe confere poderes especiais. Depois que consegue, elimina o congresso e passa a atuar segundo os próprios desejos.

Você pode adivinhar o personagem?

Errou! Não é o presidente venezuelano Hugo Chavez (mesmo que tudo encaixe), foi Adolf Hitler. Que coincidência!! Você pensa que são histórias similares ou Hugo Chavez está imitando um modelo?

Sabemos que Adolf Hitler possuiu maior poderio militar e inteligência que Hugo Chavez, mas o último se apoia nos mesmos princípios.

É preciso que 6 milhões de venezuelanos morram para que aqueles que apoiam Chavez percebam suas verdadeiras intenções?

Acordem, cidadãos do mundo!! O momento chegou!!
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Tradução: Ricardo Rojas

Chavez em mais uma "cadeia" de Rádio e TV

Para o estrangeiro, o termo "cadeia de Rádio e TV" pode parecer estranho. Imaginem por um momento, por exemplo, que o presidente Lula quisesse falar de qualquer coisa que lhe vier à cabeça durante horas a fio, em rede nacional de radio e televisão. Qual seria a reação da mídia brasileira? Tá certo, convenhamos que qualquer presidente pode forçar emissoras de rádio e TV a transmitir uma mensagem - realmente - importante para o país. Mas e se Lula, por exemplo, convocasse uma cadeia (o termo venezuelano é "cadena") para transmitir um discurso político, no final de uma passeata de simpatizantes do PT? E se ele, no meio da transmissão, começasse a cantar, contar histórias de sua infância no sertão pernambucano, ofendesse presidentes de outros países (chamando-os de babacas e afins), atacasse adversários políticos, gritasse aos quatro ventos que ele têm culhões, e que, CARALHO! (assim mesmo), não vai permitir uma invasão dos Estados Unidos no Brasil? E se, a corrente do Lula impedisse você de assistir um jogo do seu time de coração?

Pois é, isso mesmo é o que Hugo Chavez vem fazendo na Venezuela. Ele convocou uma cadeia em Abril de 2002, enquanto cidadãos eram massacrados nas ruas do país, para que as redes de televisão não transmitissem os acontecimentos. As redes não tiveram outra escolha senão dividir a tela (a única vez que fizeram isso). Desde o começo de seu (des)governo, Chavez têm usado as correntes dezenas de vezes, em ocasiões por mais de cinco horas, para falar de bobagens e para incendiar o ambiente político da Venezuela.

Neste momento, ele está em mais uma cadeia, com os diplomatas estrangeiros, contando o seu lado da história sobre os últimos acontecimentos, que incluem violações aos direitos humanos, assassinatos políticos, agressões, intimidações, etc., contra manifestantes que têm ido às ruas pedindo um REFERENDO (não a renúncia) para votar se Chavez deve ficar no poder até 2007 ou não. Devo destacar que o referendo está previsto na constituição venezuelana, mas o CNE (o TSE daqui), dominado por três chavistas, têm negado esse direito aos venezuelanos, mesmo depois de terem sido cumpridos todos os requisitos previstos na lei. Este é o único país em que a oposição "golpista" pede uma votação, e o governo "democrático" não quer saber nada dela. Este é o único país em que o governo acusa a oposição de cometer uma fraude eleitoral (que é chamado por eles de "golpe eleitoral). Quando, na história, você soube de uma oposição capaz de cometer fraude eleitoral?

Ontem mesmo, assiti na televisão um vídeo amador, em que aparecem três policiais do estado Táchira (onde o governador é chavista), batendo com seus próprios capacetes na cabeça de dois rapazes, enquanto estes estavam no chão. Este é apenas um dos exemplos.

O que a opinião pública internacional têm de botar na cabeça é que, mesmo Chavez tendo sido eleito, o governo dele não é democrático em seu exercício. Vocês sabiam que o funcionário público (de carreira) que não decalarar apoio a Chavez, é automáticamente demitido? E que se este funcionário assinou o pedido de referendo revogatório contra Chavez, sai mais rápido ainda?

Enquanto escrevo, Chavez continua com a cadeia. Acaba de reclamar que um canal de TV desrespeitou um presidente estrangeiro, Robert Mugabe (o presidente do Zimbábue, acusado de inúmeras violações aos direitos humanos), mas certamente não fala do seu próprio discurso de domingo passado, quando chamou George Bush de babaca. O presidente dos Estados Unidos pode até ser um babaca, mas é assim que um chefe de estado deve se comportar? Chavez acaba de dizer, na corrente, que se ele achar que os canais de TV devem ser fechados, não hesitará em fazê-lo. Me digam se este é um governante democrático.

Vou apagar o rádio, não agüento mais tanta hipocrisia.

jueves, 4 de marzo de 2004

Embaixador da Venezuela na ONU pede demissão

Milos Alcalay, embaixador da Venezuela perante a ONU e ex-embaixador da Venezuela no Brasil, pediu demissão hoje, em carta dirigida ao ministro das relações exteriores do país. O pedido é visto como uma protesta, em meio às violações dos mais básicos direitos humanos na repressão das últimas manifestações na Venezuela. As violações incluem assassinatos (sete, desde a última sexta-feira), detenções sem o devido processo (mais de trezentas), intimidação por parte das polícias política e militar e da Guarda Nacional.

Alcalay disse, na carta, que o governo venezuelano atua fora dos princípios fundamentais de direitos humanos, com os quais ele sempre esteve comprometido. Acrescentou que não é possível representar a diplomacia do país em meio da negação dos direitos humanos.

miércoles, 3 de marzo de 2004

Radio frequencies of the venezuelan security forces

• 140.4000 - Guardia Nacional. TX 141.050 / 141.520 (Oficinas)
• 140.4550 - Guardia Nacional. TX 141.295
• 140.4600 - Guardia Nacional. TX 141.300 (Inteligencia)
• 140.5250 - Guardia Nacional. TX: 141.225 Tono: 107,5
• 140.5300 - Guardia Nacional.
• 140.5750 - Guardia Nacional.
• 140.6000 - Guardia Nacional. TX 141.2500 Tono 107.2
• 140.6500 - Militar. TX: 141.450
• 140.7250 - Militar. TX 141.400 Tono: 107,2
• 140.8000 - CADAFE TX:140.200 Tono:107,2
• 140.9500 - Guardia Nacional. TX: 141875 Tono 107.2
• 140.9700 - Guardia Nacional.CORE 2 (Maracay) TX:141.8700 Tono:103.5
• 141.0000 - Ministerio de la Defensa. TX:143.660
• 141.1500 - Guardia Nacional.
• 141.2250 - Guardia Nacional.
• 141.8750 - Guardia Nacional.
• 141.9500 - Guardia Nacional.

Quem colocou Chávez no poder (por Jorge A. G. Rodiles)

Em várias ocasiões, muitos têm "culpado" o povo venezuelano pela eleição democrática do marionete Hugo Chávez. Nada pode ser mais injusto!

O glorioso povo venezuelano foi vítima de enganos, eles deram seus votos a alguém cuja plataforma política prometia acabar com várias décadas de corrupção. Essa foi a razão principal para que 56.2% dos votos válidos, em todos os níveis sociais, tenham visto em Chávez uma esperança para o início de uma nova era em seu belo país.

Para a maioria dos venezuelanos, Chávez tinha se transformado num herói porque, entre outras coisas, tinha aparentemente arriscado a sua vida, sem interesses pessoais, ao tentar eliminar pela força o governo de turno que foi, segundo a opinião da grande maioria dos cidadãos, tão corrupto quanto todos os governos anteriores.

Sendo a Venezuela um país de enormes recursos, a maioria dos cidadãos opinava que bastava eliminar a corrupção para alcançar uma verdadeira democracia, já que existiam excelentes leis sociais das quais desfrutavam plenamente e que superavam as de muitos países, inclusive as dos Estados Unidos da América.

Na Venezuela, aproximadamente 80% das indústrias são estatais. Entre elas, podemos mencionar a extração de petróleo, refinarias, transporte terrestre e marítimo.

Também são donos de refinarias em vários países, como a Citgo em Sulphur, Lousiana, e todas as gasolineiras Citgo nacionais; são parcialmente donos das refinarias Phillips, Liondel no Texas e talvez de outras nas proximidades de Houston, Texas; são parcialmente donos (50%) da refinaria Hess em Saint Croix nas Ilhas Virgens, cujo nome foi trocado e é presidida atualmente por um exilado cubano de Santiago de Cuba que morava no mesmo bairro que eu (foi meu colega de estudos em Cuba).

Até há pouco tempo, a refinaria de Saint Croix era a maior do mundo. Hoje, o maior complexo mundial de refinação é o de Amuay-Cardon na península de Paraguana, estado Falcon, nos povoados Amuay-Cardon na Venezuela. Na Europa tem refinarias na Holanda e na Alemanha, se me lembro bem.

Em Aruba e Curaçao, são em parte donos das refinarias da região. Há anos, tentaram comprar a refinaria localizada em Cienfuegos, Cuba. Isso foi antes de Chávez. Conheço um dos empregados de PDVSA que foi fazer a avaliação para a compra (que não foi levada a cabo). O amigo me disse que, comparada com as refinarias da Venezuela, não passava de uma cafeteira, e que estava em mau estado.

O Estado também é dono das minas e indústrias siderúrgicas de aço e alumínio, e das minas e indústrias de carvão; das plantas elétricas, inclusive as represas; das plantas hidrelétricas; dos complexos de plantas petroquímicas; de parte do turismo e do transporte aéreo.

Resumindo, a maior parte das riquezas do país está nas mãos do Estado, com as quais as entradas monetárias são enormes, em adição aos impostos sobre a renda dos cidadãos, corporações e toda sorte de negócio privado.

Tudo o que foi indicado previamente serve para nos dar uma idéia das riquezas da Venezuela e das leis sociais existentes. Logo, só faltava acabar com várias décadas de corrupção para alcançar as metas de um povo sedento de ter um governo digno e honrado. Os recursos econômicos e as leis ou medidas sociais para alcançar mais eqüidade entre os cidadãos e a elevação do bem-estar social de muitas classes sociais já existiam, mas não se cumpriam devido à corrupção dos governos.

Foi com base nessa plataforma que a população elegeu Chávez. Não havia necessidade de nenhuma revolução, pois as medidas já existiam. Só faltava acabar com a corrupção.

É por isso que, quando dizem agora que Chávez é um presidente eleito, pessoalmente estou em completo desacordo pois, mesmo que tecnicamente tenha sido dessa maneira, o povo o elegeu devido à plataforma sócio-econômica que apresentou, e que hoje é miseravelmente ultrajada.

É como o trovador que oferecia belas serenatas, promessas de amor, consideração e respeito à sua amada. Assim que ela se convence de que esse é o homem ideal em todos os aspectos, aceita contrair matrimônio baseada nas promessas e aparências do seu amado.

Mas, pouco tempo depois de casados, ele proíbe que ela saia, a agride, a insulta, a maltrata em todos os aspectos e termina por escravizá-la.

Seria possível dizer a essa vítima que foi ela quem se casou com o sujeito, que o amava e que a culpa era toda dela por ter se entregado a ele? Com certeza, não!

Se ela tivesse conhecido a verdade através de pessoas que conheciam o canalha e pela condição de outras pessoas com as quais ele se associava, não teria se casado com ele.

Seria possível condená-la por estar querendo o divórcio? Com certeza não!

Então, tecnicamente estaria casada com ele pela sua própria vontade, mas não se casou pelo que ele é na atualidade. Todos estariam de acordo com o divórcio.

Não há diferença alguma entre essa situação e o “matrimônio” do povo venezuelano, que foi miseravelmente enganado e portanto está em seu direito de “divorciar-se” do regime, utilizando qualquer meio que estiver ao seu alcance para libertar-se do tirano!

Quem colocou Chávez no poder?

Se o povo venezuelano tivesse conhecido de antemão as reais intenções do tirano, ele não teria sido eleito para a presidência do país. Isso é demonstrado pelos esforços de pelo menos 80% da população, que está lutando arduamente para tirá-lo do poder por meios democráticos. Se tais métodos fracassarem, a população estará em seu direito de recorrer a outros métodos para alcançar seus objetivos.

Mas por que o povo não conhecia as verdadeiras intenções do tirano? Há várias razões, sendo que a mais importante recai sobre todos os meios de comunicação da Venezuela e do mundo livre que não advertiram a população quanto às possíveis conseqüências da eleição de Chávez para Presidente.

Muitos talvez argumentem que os meios de comunicação também foram enganados. Correto, mas o exposto previamente, “culpando” a todos os meios de comunicação, está enfocado sob outro ponto de vista que explicarei a seguir.

Quando Chávez comandou o seu frustrado golpe de Estado, a maioria do povo venezuelano estava a favor dele. Na época, eu estava trabalhando na Venezuela e a simpatia para com ele podia ser constatada em todas as esferas sociais e econômicas.

Viam nele a única solução para os problemas de corrupção do país.

Chávez, que hoje se “queixa” tanto da possibilidade de golpes de Estado e de conspirações contra o seu governo “constitucional”, foi ele próprio um golpista e muitos inocentes foram assassinados durante a sua tentativa de golpe.

Chávez foi preso após a tentativa de golpe de Estado e durante o governo de Caldera, por causa de uma anistia a presos políticos, foi posto em liberdade. Esteve pouco tempo na prisão.

Durante o governo de Caldera, a organização do exílio cubano Fundação Cubana Americana, presidida pelo falecido Jorge Mas Canosa, solicitou à Câmara de Deputados da Venezuela uma entrevista para realizar uma reunião onde seriam discutidos temas relativos a Cuba. A entrevista foi concedida.

O tirano de Cuba enfureceu-se por causa dessa decisão. Como represália, convidou Chávez à ilha e, apesar dele não ocupar nenhum cargo público no governo, foi recebido como se fosse um alto dignatário de algum país.

Eu estava trabalhando na Venezuela na época, e comentava com os amigos do projeto e outros cidadãos: “Chávez 'shabe' o que está 'fachendo' e melhor ainda o 'shabe' o tirano Castro”.

Eu tentava explicar-lhes que esse convite tinha alguma coisa a ver com um possível plano do tirano de Cuba a ser aplicado futuramente na Venezuela. Todos estavam “cegos”. Não tiveram interesse em meus comentários a respeito. Chávez ainda não tinha se candidatado para a presidência.

A maioria dos cidadãos desconhecia as realidades dos crimes, atropelos e carências em Cuba. Eu organizava reuniões na minha casa e convidava muitos deles para explicar as realidades. Eu me reunia no clube da Refinaria com várias pessoas e também no meu trabalho, sempre que tinha a oportunidade. Praticamente nem me davam atenção, por delicadeza limitavam-se a “ouvir” o que eu tinha a dizer. Eu não cedia, e durante os quase quatro anos em que estive ali, fiz isso constantemente...

Alguns, em tom de burla amistosa, diziam: “olha 'cubanito', vocês cubanos estão meio paranóicos com o problema de Cuba e possivelmente ninguém acredita no que vocês dizem. Além disso, Cuba é Cuba e Venezuela é Venezuela, e se isso que você está nos contando for verdade, nunca acontecerá aqui porque temos petróleo e os EUA é um dos nossos melhores clientes”. Eu lhes dizia que os EUA eram o maior cliente de Cuba e mesmo assim tiveram seus bens confiscados, então que não esperassem ajuda de ninguém. Pois nenhum país faz nada por outro, apesar dos politiqueiros que dizem exatamente o contrário, a menos que a segurança nacional esteja em perigo ou que lhes afete enormemente em suas economias. Vários países têm petróleo...

Muitos venezuelanos iam a Cuba a passeio, fazer turismo, tratamentos em hospitais, participar de conferências de ciências ou de artes, etc.

No jornal de Caracas ou Macaraibo, encontravam-se anúncios para concertos de Silvio Rodríguez e a Nueva Trova, os Irakere, etc. Milhares de venezuelanos de todas as classes sociais os admiravam e assistiam aos concertos ou apresentações.

Essa era a imagem de Cuba para muitos... Desconheciam a realidade e, como é natural (ainda que não apropriado), não se importavam com os cidadãos de outros países.

O que não é natural é que a mídia dos países com liberdade NUNCA “fizeram questão” de apresentar a verdadeira cara do tirano Castro. Digo “fazer questão”, porque não se trata de dar notícias curtas de última hora que serão esquecidas poucos minutos depois. Trata-se de fazer documentários e programas de comentaristas, a ponto de que os cidadãos gravem claramente e por repetição os acontecimentos e atos repressivos dos tiranos de Cuba.

Muitos perguntarão: “mas por que deveriam fazê-lo, se não lhes dará audiência?” A pergunta é muito boa, e a resposta também o será: se o tivessem feito, Chávez não estaria no poder pois todos saberiam, desde a primeira viagem que ele tinha feito a Cuba (antes de candidatar-se), do perigo que representava tê-lo como Presidente.

Nos dias de hoje, todos os venezuelanos conhecem a fundo aquilo que deveriam ter aprendido há mais de quarenta anos. A lição veio tarde demais para prevenir os problemas atuais.

Este texto não tem como propósito culpar os meios de comunicação da Venezuela, pois desgraçadamente, nos dias de hoje, os meios de comunicação do mundo livre praticamente não mencionam nada dos problemas que acontecem por lá.

Ou seja, trata-se de todos os meios de comunicação!!! Por mais de quarenta anos, os cubanos temos visto essa postura da “imprensa livre” e, como conseqüência, praticamente ninguém conhece o nosso sofrimento da mesma forma como ninguém conhece o sofrimento do povo venezuelano com detalhes.

Assim, se Chávez está no poder, é por culpa das apatias dos meios de comunicação. Se Castro se mantém no poder, é por razões semelhantes.

Depois de mais de cinqüenta anos, ainda se fala freqüentemente do Holocausto Nazista onde milhões de inocentes perderam a vida. Por que sabemos tão bem o que aconteceu? Eles se ocuparam não de noticiar, mas de inculcar nas pessoas (e isso ainda se faz) esse episódio triste da História, para que novas gerações possam evitar que volte a acontecer.

Se os meios de comunicação tivessem feito algo semelhante conosco, não estaríamos sofrendo a situação de agora.

Somente para comprovar o que estou indicando, pergunte ao seu vizinho não-cubano ou não-venezuelano: o que esta acontecendo em Cuba ou na Venezuela?

Nem sequer aqui nos EUA têm feito esse trabalho direito... Alguns somente dizem: “não dá boa audiência”... Caramba, mas há milhares de notícias diariamente, que têm menos “audiência” e são noticiadas constantemente... Na minha opinião, o tema é muito mais profundo, e não se trata precisamente da “audiência”.

Tradução: Cláudio Téllez

martes, 2 de marzo de 2004

Not posting until tomorrow

I won't be able to post later today. Traffic in Valencia is collapsed, and I'm going home right now. You can follow the situation here on other blogs, CCS Chronicles, Devil's cocô and Daniel's views.

CNE director Rodriguez has not come forward to give any numbers, as he promised yesterday, and the day before. No surprise on the delay, we've been like this since Jan 19.

See ya.

lunes, 1 de marzo de 2004

Leaving from work

Managers at the office sent everybody home. When we'll get home (if at all) remains a mistery, as Valencia is totally collapsed. I'm leaving my laptop at the office, 'cause I may be forced to leave my car on the streets and walk home, so I won't post until tomorrow.

Root for us.

Masterful speech by chavista officials

Chavez threatened with stopping oil ships to the U.S., and called president Bush an asshole. Now, U.S. only imports 15% of their oil needs from Venezuela. In contrast, Venezuela exports 80% of its oil to the U.S. It doesn't take a rocket scientist to figure out that Chavez is bluffing, or he's an idiot, or both.

Vice-president Jose "Temiente" Rangel (Jose "Lies to ya" Rangel) said to VTV "journalists" that there were "un coñazo de gente" (a hell of a lot of people (en), uma porrada de gente (pt-br)) on the chavista march. That says a lot about the higher goverment officials.

Fim de semana quente

Você talvez já leu em outros blogs ou viu na TV, o fim de semana foi quente. Primeiro, a repressão da Guarda Nacional contra pessoas de todas as idades, na sexta-feira. Logo, pneus queimados fechando ruas em Caracas e algumas cidades importantes da Venezuela, e claro, a reação exagerada da Guarda Nacional - de novo. No domingo, centenas de ônibus levaram quase todos os chavistas do país para uma marcha em Caracas, protestando contra a intervenção norte-americana (¿?). O livro Guinees deveria ser chamado para testificar a maior ressaca coletiva da história, acho que umas cinqüenta mil pessoas devem ter dor de cabeça devido às milhares de garrafas de Anis Cartujo dadas como parte de pago pelo comparecimento à marcha.

Segundo reportes de radio, TV e blogs, Caracas e Maracaibo têm tido os maiores confrontos entre povo e Guarda Nacional. Tanto CCS como MAR têm talibães chavistas no comando da Guarda Nacional Local, e isso explica a forte repressão. Aqui em Valencia, como a polícia local não mexe conosco e o General Arroto (candidato a governador Acosta Carlez) não está mais no comando da Guarda Nacional, não temos tido confrontos mais graves. Mesmo assim, pessoas tem fechado rodovias e importantes avenidas, e não é bom dirigir em Valencia neste instante. Eu não estou 100% de acordo com a estratégia de fechar ruas, mas penso que chega um momento em que se você tira os direitos do povo (três vezes seguidas), eles sentem que que não dá mais pra agüentar, e TÊM que dirigir a raiva para alguma coisa. Acho que se não fosse isso, poderia ser algo pior.

Rough weekend

As you may have read on other blogs, this past weekend has been a rough one. First the repression by National Guards against people of all ages on friday. Next, burned tires all over Caracas and some important cities in Venezuela, and of course one cannot forget the exagerated reaction - again - by the National Guard. On sunday, hundreds of buses took almost every chavista in Venezuela to the march in Caracas, protesting against U.S. intervention (¿?). Guiness book should be called today to witness the biggest massive hangover in history, I guess fifty thousand chavistas must have had headaches from thousands of bottles of Anis Cartujo given to them as part of the pay.

According to radio, TV and blog reports, Caracas and Maracaibo have had the biggest clashes between people and National Guards. Both CCS and MAR have talibanes chavistas commanding the local National Guards, so that explains the strong repression. Here in Valencia, since the local police won't mess with us and General Burp (governor wannabe Acosta Carlez) is no longer in command of the local National Guard, we've had no confrontations. Nevertheless, people have blocked important highways and major Avenues, so Valencia is not driver-friendly right now. I don't agree 100% with this street-blocking strategy, but there's a time when you take the rights out of people (three times in a row), they feel they cannot take it anymore and they MUST direct the anger at something. I reckon if it isn't street-blocking, it could be something even worse.