domingo, 18 de diciembre de 2005

Buen fin de semana!

Dos cosas buenas, para mí, han sucedido en este fin de semana. La primera fue la publicación de mi carta en la revista semanal brasileña VEJA, la más importante del país. Es la segunda vez que escribo a la revista, la primera fue hace unos meses.

Si
aquel reportaje sobre Venezuela estuvo muy bueno, este de la semana pasada está aún mejor. Como es muy largo y tiempo no es uno de mis lujos, no me animo a traducirlo al español o al inglés. Ojalá puedan entender la mayor parte de lo que allí dice.



Las demás cartas publicadas por VEJA, sobre Venezuela, fueron las siguientes:



O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, é a desgraça da América Latina, depois de Fidel Castro. A incompetência de Hugo Chávez é notória. Ainda assim, o nosso glorioso presidente Lula o tem como ídolo, tanto é que a Venezuela se aliou ao Mercosul. Uma pergunta que não quer calar. Com que a Venezuela contribuirá para a melhoria do Mercosul? Nada. Chávez é ditador, sem conhecimentos internacionais e incompetente naquilo que faz. Se nosso governo seguir Chávez e Fidel, o Brasil voltará a ser uma província ("Viagem ao circo de Chávez", 14 de dezembro).
Kleber Montoril Rocha

Eu queria agradecer a revista VEJA por sua reportagem sobre a Venezuela. Como venezuelana, eu me sinto muito preocupada com o meu país, porque tudo o que é mencionado nessa reportagem é certo. Quando eu conto a meus amigos brasileiros ou de outros países, eles não podem entender como isso não aparece nunca na imprensa internacional. Preocupa-me a apatia política e/ou medo que sentimos, os venezuelanos, porque parece que nós não temos saída, estamos já totalmente desamparados de qualquer instrumento democrático.
Andreina Gallegos

Meus parabéns ao jornalista Diogo Schelp e ao fotógrafo Paulo Vitale por tão excelente artigo sobre o meu país. Claro, objetivo e real (infelizmente). Afortunadamente, podemos contar com jornalistas como vocês e com uma revista tão prestigiosa que divulga sempre a verdade. Tomara que não seja demasiado tarde quando toda a América Latina abrir os olhos. Preocupa-me o apoio que o presidente Chávez recebe do Brasil, da Argentina e da Bolívia, que o cumprimentam por ter ganho eleições com apenas 25% dos eleitores, resultando numa Assembléia totalmente monopartidarista, que não representa nem de perto a população.
Beatriz Bravo

Ah, la segunda cosa buena fue que el Magallanes dejó en el terreno al Caracas anoche, en Valencia, 4 a 3 con hit en el cierre del noveno del ex-caraquista Tomás Pérez. Cómo se goza ganando...

sábado, 10 de diciembre de 2005

Viagem ao circo de Chávez


On VEJA (by subscription)
Diogo Schelp, de Caracas
Fotos Paulo Vitale

O presidente Hugo Chávez completou na semana passada um ciclo em sua busca pelo poder absoluto na Venezuela. Nas eleições de domingo 4, ele conquistou 100% das cadeiras na Assembléia Nacional. Foi um momento extraordinário para um presidente que vive proclamando as virtudes da "democracia participativa" sobre a democracia meramente "representativa", pois o povo escolheu não participar. Visto que o governo iria ganhar de qualquer jeito, apenas um em cada quatro eleitores se deu ao trabalho de comparecer às urnas. Às vésperas da eleição, os partidos de oposição decidiram boicotar o pleito em protesto contra a parcialidade da Justiça Eleitoral. Completou-se o ciclo porque a Assembléia Nacional era a derradeira instituição de governo em que a oposição ainda dispunha de alguma influência. Eleito de forma democrática, Chávez recorreu a golpes brancos e plebiscitos para se tornar senhor do Judiciário, incluindo aí a Justiça Eleitoral e o Ministério Público, e do Legislativo. Agora sem oposição parlamentar, o presidente terá ainda mais liberdade para fazer o que quiser na Venezuela.

O que ele quer fazer pode ser medido pelo que já fez. Nos últimos anos, em que já desfrutava maioria no Congresso, ele aprovou algumas centenas de leis com o objetivo de aumentar o controle do Estado sobre a economia e a vida privada dos venezuelanos. Também criou instrumentos que permitiram que substituísse os funcionários públicos, os juízes e os promotores por quadros de sua confiança. "Chávez está usando os mecanismos democráticos para destruir a democracia", entende o economista Gerver Torres, ex-conselheiro do Banco Mundial que dirige uma ONG de formação de líderes políticos, em Caracas. Veja como isso ocorre no dia-a-dia dos venezuelanos:

• O Ministério Público é encarregado de processar os adversários políticos ou qualquer um que se manifeste contra Chávez. Uma acusação muito usada é a de "traição à pátria". A pátria, no caso, é representada pela figura do presidente.

• Oitenta por cento dos magistrados têm contratos temporários, muitos de apenas três meses. Se algum deles toma uma decisão que desagrade ao governo, seu contrato não é renovado.

• Os nomes dos mais de 20.000 trabalhadores demitidos da PDVSA, a estatal do petróleo, depois de uma greve contra Chávez, estão numa lista negra. Não podem trabalhar em nenhum órgão público. Também não encontram trabalho na iniciativa privada, pois as empresas temem represálias do governo. Metade deles já emigrou em busca de oportunidades no exterior.

• Empresários que se envolvem em atividade política de oposição são submetidos a uma devassa fiscal. Em geral, a empresa é fechada por 48 horas para que a papelada seja examinada. Os oposicionistas também costumam ser impedidos de comprar dólares, moeda fundamental para os negócios, pois praticamente tudo é importado na Venezuela.

• Com o dinheiro do petróleo, Chávez montou uma rede de supermercados a preços subsidiados, hoje a maior do país. O resultado foi uma quebradeira geral de pequenas e médias empresas, sem condições de competir com o governo.

• O governo ampliou sua participação e intervenção não apenas em setores econômicos importantes. Também criou mecanismo de controle da cultura, dos esportes e dos sindicatos, substituídos por entidades pelegas criadas pelo Estado.

• Há desapropriações de empresas que o governo considera ociosas ou improdutivas. Basta um galpão vazio para provar que a empresa deixou de cumprir seu papel social. Neste ano, mais de uma dezena de empresas foram desapropriadas só em Caracas.

• O Estado organizou seu próprio MST. O governo também escolhe a fazenda a ser invadida, transporta os invasores até o local e garante com antecedência, em documento oficial, a desapropriação da área ocupada.

• Não há censura direta à imprensa. Jornais e emissoras de televisão criticam abertamente o presidente. Mas Chávez já criou o instrumento que lhe permitirá acabar com a liberdade de expressão caso enfrente uma crise política. Trata-se da lei que prevê a suspensão da concessão pública de rádios e TVs que atentem contra a segurança nacional – um conceito vago muito usado pela ditadura militar brasileira.

Hugo Chávez adotou um culto à personalidade ao estilo stalinista. Sua imagem está por toda parte, e só ele é responsável pelos sucessos do governo. Os erros, por sua vez, são atribuídos aos ministros e deputados. Todo domingo, o presidente chega a passar cinco horas falando de tudo na TV. Seu tema predileto é xingar a oposição.

Hugo Chávez tem em seu currículo uma tentativa sangrenta de tomar o poder pelas armas, em 1992. Hoje, ele pode dispensar o golpe de Estado para se transformar em ditador. As ferramentas estão todas em sua mão. Estima-se que tenha o apoio de metade dos venezuelanos – exatamente a parte mais pobre, que ele cativa com um discurso populista e uma ampla ação assistencialista. Seu poder foi cimentado por plebiscito em que conseguiu maioria esmagadora. Plebiscitos podem ser instrumentos democráticos legítimos e dessa forma são usados em muitos países com objetivos específicos. Chávez lançou mão deles de forma antidemocrática, para atropelar a representação popular e recriar o Estado de acordo com sua vontade. O uso da democracia para destruir a democracia não é original. Adolf Hitler era líder de uma bancada parlamentar eleita com 33% dos votos quando foi escolhido chanceler da Alemanha. Um ano depois, ele acumulou o posto de presidente, deixado vago pela morte do marechal Hindenburg, obtendo para isso a aprovação dos alemães em plebiscito. Nos anos seguintes, fechou os sindicatos, calou a imprensa livre e suprimiu, pela violência diária, os demais partidos. Entre 1933 e 1939, quando invadiu a Polônia e expôs sua brutalidade ao mundo, Hitler usufruiu a neutralidade e até a boa vontade da comunidade internacional.

Há semelhanças entre a trajetória de Hitler e a de Chávez. Sobretudo num aspecto: como ocorreu com Hitler nos primeiros anos, a comunidade internacional não está dando a devida atenção à forma sistemática com que Chávez vem corroendo a liberdade na Venezuela. Na semana passada, seu país foi aceito no Mercosul, apesar de a participação estar condicionada pela chamada "cláusula democrática". A Venezuela tem uma feia história de partidos e presidentes corruptos. Chávez apresenta-se como o representante dos pobres – ele se diz um deles, que conseguiu superar a adversidade graças ao esforço pessoal e agora se dedica a punir a elite corrupta e a ajudar os mais pobres. Todo o arrocho é feito em nome da democracia e do bem-estar dos pobres. É um paradoxo, visto que seu governo multiplicou o número de pobres.

Em seu programa de televisão dominical, um monólogo de cinco horas no qual comenta desde políticas econômicas até o tamanho de sua orelha, Chávez costuma vender a idéia de que o lucro é imoral e que o sistema capitalista é contra o povo. Em suas contas, existem 700 empresas improdutivas na Venezuela e mais de 1.000 que operam com menos de 50% de sua capacidade. Para que sejam desapropriadas, basta que o presidente as declare "de utilidade pública". Chávez joga sujo para não dar chance a seus adversários em campanhas eleitorais. A Constituição bolivariana, de 1999, aboliu o financiamento público dos partidos políticos. Em compensação, o presidente usa toda a estrutura de comunicação do Estado para fazer propaganda política do governo e dos partidos que o apóiam e para atacar a oposição. O presidente pode entrar em cadeia nacional de rádio e TV a qualquer instante, no meio da programação, sem aviso prévio. Ele utiliza esse instrumento com prodigiosidade. Entre janeiro e setembro deste ano, Chávez entrou 177 vezes em cadeia nacional. Falou, no total, durante 37.000 minutos. No mesmo período, todos os partidos de oposição juntos tiveram 800 minutos de exposição na mídia eletrônica.

As circunstâncias da vitória esmagadora dos chavistas nas eleições legislativas da semana passada dão uma boa idéia do clima de autoritarismo e desconfiança que predomina na Venezuela. Dois fatores explicam a alta taxa de abstenção. O primeiro é o caráter personalista do governo venezuelano, centralizado na figura de Hugo Chávez. O presidente desperta a admiração de 49% da população. "Já os intermediários de Chávez, deputados e ministros, não atraem mais do que apatia, como revelou o desinteresse por essas eleições", diz o analista político Alberto Garrido, de Caracas. O segundo motivo para a abstenção foi a falta de confiança dos eleitores no árbitro do processo. As pesquisas de opinião mostram que apenas 53% dos venezuelanos confiam no Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Não é à toa. Dos cinco juízes que compõem o órgão eleitoral, quatro foram colocados no cargo por Chávez e são aliados declarados do presidente.



Muitos eleitores não foram votar por medo. Na semana anterior à votação, o CNE viu-se obrigado a suspender o uso de uma máquina de identificação dos eleitores com impressão digital, depois que uma auditoria independente revelou que o mecanismo permitiria ao governo saber em quem cada eleitor votou. Os venezuelanos têm seus motivos para acreditar que o governo se interessa em saber como cada um vota – e temer que isso seja usado contra eles. Uma prova de que o segredo do voto virou pó na Venezuela é um CD, cujas cópias acabaram vazando, com os dados de 12 milhões de eleitores, em que consta também a orientação política do cidadão e como ele votou no referendo do ano passado. Por suas dimensões e grau de intrusão, o arquivo contido no CD só pode ter sido produzido por agentes do governo com acesso às urnas eleitorais eletrônicas. A lista de nomes é chamada de "Maisanta", em homenagem ao bisavô do presidente. A informação é usada pelo governo venezuelano para perseguir os adversários: quem votou contra o presidente tem dificuldade para tirar passaporte e não consegue emprego público. Em um país em que 15% dos postos de trabalho estão no setor público, essa é uma punição e tanto. E a perseguição política vai mais longe. É comum os burocratas pedirem a lista de empregados de uma empresa privada antes de fechar um contrato de prestação de serviço ou compra de produtos. Se algum funcionário consta como antichavista na lista Maisanta, a empresa corre o risco de perder o negócio se não o demitir. Isso criou uma situação inusitada: algumas companhias estão se valendo de empresas de fachada – que têm apenas funcionários politicamente "limpos" na folha de pagamento – para fechar os contratos com o governo. Josef Stalin fazia o mesmo que Chávez. Era um pouco mais difícil, sem computador. Mas o objetivo era o mesmo.

Uma boa maneira de entender quais são as armas de Chávez no seu projeto de destruir a democracia venezuelana é percorrer as ruas de Caracas. Dois fenômenos marcam a paisagem da capital da Venezuela. O primeiro é a frota de carros americanos dos anos 70 que abarrotam as ruas da cidade, a maioria caindo aos pedaços e consumindo 1 litro de gasolina a cada 3 quilômetros. Só o quinto maior exportador de petróleo do planeta, como é o caso da Venezuela, poderia se dar ao luxo de ter tantos carros gastadores, alimentados por gasolina subsidiada ao preço de 11 centavos de real o litro. O segundo fenômeno é a profusão de gigantescos murais, grafites, cartazes e outdoors protagonizados pelo presidente Hugo Chávez. Em todos, Chávez aparece como o pai dos pobres e como o comandante que vai levar os venezuelanos a uma revolução socialista do século XXI. Em muitos, o presidente é colocado ao lado do ícone revolucionário Che Guevara ou de Fidel Castro, um amigo do peito. Petróleo e populismo. Essa é a fórmula que permitiu a Chávez concentrar poder e iniciar o controle da sociedade venezuelana em diversos setores, da economia à cultura. Antes de Chávez, o país era controlado por dois partidos da elite venezuelana que por décadas se restringiram a criar uma estrutura estatal perdulária, ineficiente e corrupta. O lucro do petróleo permitia à elite manter a paz social com subsídios, como o da gasolina. Com a queda no preço do combustível fóssil, em 1979, o país arrastou-se por duas décadas de crises econômicas e políticas. Os partidos tradicionais ainda estão desmoralizados pelos fracassos do passado. A oposição a Chávez é fragmentada e ainda não se recuperou da derrota no plebiscito convocado para tirar o presidente do poder.


Quando Chávez assumiu a Presidência da Venezuela, em 1999, eleito democraticamente, o preço internacional do barril do petróleo estava em 10 dólares. Hoje está em 50 dólares. O preço do combustível ajudou a economia venezuelana a crescer 17% no ano passado. O lucro da PDVSA, a estatal do petróleo, teve aumento de mais de 50%, de 4,23 bilhões para 6,5 bilhões de dólares por ano, mesmo com a redução na produção por falta de investimentos. Chávez transformou a PDVSA em uma máquina de comprar apoio político dentro e fora do país. Parte do lucro com a exportação de petróleo é dedicada a sustentar uma colossal rede assistencialista que torna a metade mais pobre da população dependente do governo, mas não cria condições estruturais para melhorar a vida dos cidadãos a longo prazo. Chávez tira 3,7 bilhões de dólares por ano da estatal petroleira para sustentar os programas sociais. Para os pobres venezuelanos, que sempre foram negligenciados pelas políticas públicas dos governos anteriores, os projetos sociais de Chávez, chamados de misiones, são um alento.

As misiones tiveram o efeito de encher o serviço público venezuelano de cubanos. A alfabetização de adultos é feita com a supervisão de professores cubanos e se vale de um método cubano de ensino. O atendimento médico primário nos bairros pobres é feito por médicos cubanos que moram em casas dentro das próprias comunidades. Todos mobilizados por Fidel Castro para compensar o petróleo de graça com que Chávez deu novo alento à combalida economia de Cuba. Depois de passar três anos sem nada fazer pelos pobres que defendia em discurso, Chávez criou as misiones em 2003 por sugestão de Fidel. "Ele vivia então seu pior momento no governo e corria o risco de ser derrubado por um referendo, segundo indicavam as pesquisas", diz Luis Christiansen, presidente da Consultores 21, um instituto de pesquisas de opinião de Caracas.

Com os programas sociais, Chávez criou uma rede assistencialista que deixou milhões de venezuelanos dependentes de seu governo. Só pelo programa de alfabetização passou 1 milhão de pessoas, muitas ganhando incentivos de até 20 dólares mensais para participar. Trata-se de uma indústria de votos para Chávez, totalmente bancada por dinheiro público e que cria uma melhoria de vida efêmera para os participantes. É o caso das 270 sócias de uma cooperativa têxtil de Caracas que funciona em um terreno da PDVSA. A cooperativa foi criada e financiada pelo Estado. O aprendizado do ofício das costureiras foi pago pelo Estado. E é o Estado, claro, quem compra os produtos feitos por elas – em geral camisetas de divulgação dos programas sociais, mais uma vez, bancadas pelo Estado. "Quando o preço do petróleo cair, todo o sistema de apoio popular montado por Chávez vai desabar e jogar o país em uma crise econômica e social mais grave do que a vivida pela Argentina em 2001", prevê Elsa Cardozo, cientista política da Universidade Central da Venezuela, de Caracas. A herança econômica de longo prazo que Chávez está deixando para o país são o desmonte do já pequeno parque industrial, reduzido pela metade em sete anos, e a destruição de postos de trabalho formais. Desde que assumiu, Chávez criou mais de trinta companhias estatais, de empresa de aviação a redes de televisão. A rede de supermercados do governo, Mercal, que vende produtos 40% mais baratos, já é a maior do país. Quem sofre com a concorrência são os pequenos e médios comerciantes de alimentos. A conta que os pequenos comerciantes fazem é a de que, a cada novo Mercal, fecham as portas cinco mercearias das imediações. Chávez está destruindo a economia de
mercado, a democracia e a justiça venezuelanas. Não existe democracia sem instituições funcionais. Chávez as despreza. Por enquanto, o mundo o ignora. Quando acordar, pode ser tarde demais.








lunes, 5 de septiembre de 2005

Document the illegitimacy of Hugo Chávez and denounce him

by Gustavo Coronel

Much of the written arguments in favor of Hugo Chávez, especially abroad, are connected to the legitimacy of his presidency. The arguments are repeated incessantly: Chávez won the presidential elections in December 1998 and, therefore, he is a legitimate president. Furthermore, the arguments go, he has been re-legitimated in several other elections since 1998. The fact that every one of those other elections has shown numerous irregularities and some will be tainted forever does not seem to make an impression on the advocates of legitimacy. In their favor, they cite Jimmy Carter's approval of the presidential recall referendum of 2004. Although the jury is still out on the role of Jimmy Carter in this event and new evidence will surely emerge in this connection, his opinion at the time was determinant in the rapid recognition that the countries of the hemisphere gave to the Venezuelan process. Venezuelans have not forgotten this Carter related tragic episode and the nation would do well to return to it as soon as political circumstances allow.

Legitimacy is not the sole product of an electoral victory. A candidate becomes president as the result of a set of promises that, in turn, form the basis of a popular mandate. As in marriage, promises are exchanged which, if broken, legally and morally justify a separation. A civil or religious ceremony cannot be the only requirement for marriage to survive. In the same manner, when a president fails to behave according to promises and to the mandate received by the electorate he, he loses legitimacy. This is the case with Hugo Chávez.

Some of the reasons for his illegitimacy

The main reasons for the growing illegitimacy of the Hugo Chávez presidency can be grouped as follows: (1), Violations to the Venezuelan Constitution and to the laws of the country; (2), inept and/or corrupt use of national resources; (3), surrendering of Venezuelan sovereignty; (4), promotion of domestic political and social tensions at the expense of social harmony; (5), significant departure from basic democratic principles and, (6) repeated electoral irregularities. Documenting these reasons is not a particularly difficult job and would only need six months or so of patient work by a couple of good, full time researchers. For a modest amount of effort and money, Venezuelan public opinion could have a formidable document put together, to be utilized before their own courts of law or international organizations such as the O.A.S., the U.N. or the International Court of Justice at The Hague.

Violations to the Venezuelan Constitution and to Venezuelan laws

A few examples of these violations can be summarized as follows:

- The first day of his inauguration he refused to take the oath of office.

- Asdrúbal Aguiar, expert in Constitutional Law listed 34 specific cases of violations to the Constitution ("34 golpes a la Constitucionalidad en Venezuela," A. Aguiar, Universidad Católica, Enero 3, 2003) in areas related to the appointment of the members of the Supreme Tribunal of Justice, the dissolution of Congress, the manner in which the Constituent Assembly came into existence and the appointment of the National Electoral Council Board (that, to this day, remains illegal and provisional). See also the PDF document "The Crisis in Venezuela: Top Five Myths."

- The enacting of a telecommunications law that violates constitutional articles concerning freedom of speech.


- The exclusion of groups having received donations or grants from abroad or made up of clerics or foreigners from the definition of non government organizations, NGO's, an exclusion which violates the constitutional articles related to freedom of association.

- Receiving funds from foreign organizations for his presidential campaign and even after being president. These funds were not reported as they should have been.

- Instructing military commanders in national TV hookup (December 15, 2002) to "disobey any court orders that might contradict his presidential decrees."

- Passing a Gag Law that severely restricts the constitutional rights to freedom of expression.

- The public statement made by Chávez that "not one single dollar would be given to the 'enemies' of the regime." Since there is total government (Chávez) control of foreign exchange, this act of political retaliation openly violates the constitutional right of citizens to equality under the law.

- The creation of a paramilitary force, directly under Chávez's command, which violates the constitutional provisions regarding the armed forces.

- The imprisonment of dozens of Venezuelans due to their political beliefs, most without proper indictment or trial.
Inept and/or corrupt use of our national resources

Venezuela has obtained about US$140 billion from oil sales in the seven years under the Chávez regime. In addition, national debt has doubled during this time and is now some US$42 billion. In addition, about US$6 billion of the international reserves deposited by law at the Venezuelan Central Bank are now being used by the regime without controls. This immense mass of money, some US$190 billion, has coexisted with a chronic fiscal deficit and has been and is being mostly wasted, as illustrated below:

The Bolivar Program 2000, run by military officers, spent about US$3 billion in 2000 and 2001, without controls or tangible results before it folded. High-ranking military officers used the money with total discretionary power in a massive program of handouts that did not solve the problems of the poor but made a new group of millionaires.

About US$2 billion were illegally diverted from the Venezuelan Macro Economic Stabilization Fund, in violation of laws and regulations, to be used in Christmas bonuses and other unspecified expenses for public employees. Hugo Chávez and his employee Nelson Merentes publicly admitted this.

Chavez acquired a US$65 million Airbus A319CJ without money being in the budget for this purpose. For a similar deviation of public funds Venezuelan Attorney General impeached President Carlos Andres Perez and ousted him from the presidency.

Subsidies to Cuba in oil supplies amount to US$0.5-$1 billion per year. This transaction violates the norms of Petróleos de Venezuela and represents money that is being taken away from their rightful owners, the Venezuelans.

Subsidies to the Caribbean nations under the Petrocaribe scheme can run into the hundreds of millions of dollars and have been decided without consultation with Venezuelans.

A Communist Youth Festival recently held in Caracas, totally financed by Chávez, employed US$20 million of national money in a convention designed to promote totalitarian regimes and ideologies which run contrary to the constitutional definition of Venezuela as a democratic state. Cuba and North Korea actively participated in this event.

Petroleos de Venezuela has been converted into an appendix of the Chávez regime, especially oriented towards the financing of Chávez political propaganda schemes. About US$3.5 billion that should have been used in this company's maintenance and capital investments during the last two years have been diverted illegally by Chávez for use in social programs that have not been transparent or effective or much less efficient.

Corruption within Petróleos de Venezuela in the employment of personnel and in the sale of oil seems to be significant. High-ranking officers and advisors to the company have recently been engaged in scandals related to kickbacks and acquisition of property without the government taking appropriate actions ("Pagos cuestionables a dos funcionarios de Venezuela," Gerardo Reyes, El Nuevo Herald, Agosto 30, 2005).

The misuse of national resources is dramatic and has provoked the ruin of Venezuelan physical infrastructure: Highways are collapsing, new housing is not being built, and hospitals lack the most essential equipment and supplies. The amount of evidence in this regard is overwhelming.
Surrendering of Venezuelan sovereignty

The alignment of Hugo Chávez with Fidel Castro cannot be confused with a simple process of integration between the two nations. This is a political and military fusion through which Chávez obtains the protection and political patronage of Castro, while giving Castro the oil and money that belong to the Venezuelan people. In the process of this perverse alliance Chavez has given up considerable Venezuelan national sovereignty by letting Cuban nationals handle sensitive areas of Venezuelan military and political intelligence, by letting Cubans act as police in Venezuelan territory, by letting some 50,000 Cubans invade Venezuela to indoctrinate Venezuelans with their failed political ideologies. Hugo Chávez is handing Venezuela over to Fidel Castro. This alone would be enough to take all legitimacy away from Hugo Chávez since he did not receive a mandate to handout vital components of our country to a totalitarian foreign state.

The promotion of hate and social tensions

The mandate Hugo Chávez received from Venezuelans was to bring the nation together in order to progress, to use all available social capital to build a better nation. Instead, this man has been a promoter of social resentment, of class tensions and racial hate. This man has converted a nation of friends into a nation of enemies. Whatever trust existed before his coming is now gone, replaced by hostility and aggression. In a speech before the National Assembly, in January 2004, he boasted of creating a management crisis in Petróleos de Venezuela, in order to take it over for his political purposes. This was a crime of the highest magnitude, one that does not have to be further documented due to his impudent confession. Today Venezuela is a battlefield due to his irresponsible presidency.

Abandonment of democratic norms and procedures

The elimination of independent institutions that could serve as check and balances to the executive power, the militarization of public administration, the virtual elimination of career diplomats (Foreign Minister Alí Rodríguez demands that all diplomats be soldiers of the revolution); the disdain for the opposition and the vulgarity with which he talks about his political opponents; his violent attacks on the church; the restrictions imposed on the media, his systematic abuses of power and of public assets and equipment; the violence that he has unleashed on public protests by the opposition, when women are dragged on the streets by the National Guard for the enjoyment of dictators like Robert Mugabe; the alignment of the regime with the most backward and violent tyrannies in the planet, all of these elements represent a clear divorce from democracy. Chávez has not denied it. He proudly flaunts his authoritarian nature and openly challenges civic protesters, since he knows that he controls all institutions and that no one member of the offices that should control his abuses will dare to speak up against him.

Repeated electoral irregularities

Of all the reasons for the growing illegitimacy of Hugo Chávez this is one of the strongest. After an unquestionable electoral victory in 1998, Hugo Chávez rapidly converted the National Electoral Council into a club of friends of his revolution. The illegal nature of the current board is well documented. The irregularities, which accompanied the process of collection of signatures for the presidential recall referendum and the referendum itself, have also been amply documented. There is no doubt that the abuses by the Chávez controlled council and the repeated violations to the rules before, during and after the electoral processes of 2004 and 2005 have rendered them essentially invalid. The behavior of Jimmy Carter and his small group of collaborators following the presidential recall referendum of 2004 is still being the object of investigation by Venezuelans interested in seeing to the bottom of this shameful affair.

Would this effort serve any purpose?

In a country where violations to the rule of law by the regime and where abuses of presidential power have become common occurrences, where trust in the institutions have virtually disappeared, not many citizens are thinking strategically but most, even the best, are in a survival mode. Inertia and hopelessness are taking hold in many Venezuelans. In parallel, money from oil is flowing freely in the streets of Caracas and the city restaurants are full of wheeler-dealers selling wild projects and vague promises of instant wealth. The Venezuela of the corrupt liaisons between government bureaucrats and fraudulent industrialists or "businessmen," which existed during the "Great Venezuela" of Carlos Andres Perez and the days of Jaime Lusinchi is back with great force. After this orgy of corruption and massive waste is over, Venezuela will be poorer than ever. The Venezuelan tragedy requires an acceleration of Chávez's ousting. I do not advocate his assassination, just his impeachment. The Venezuelan situation is now ripe for a strong denouncement of Chávez's abuses, based on an effort like the one I have briefly described above. Democratic countries in our region should pay attention to the Chávez threat. So far, he has been able to buy much silence and tolerance in many places but some countries, notably the U.S., already see exactly the nature of the danger he presents to political stability and democracy in the hemisphere. In this connection, I have recently read a speech given by U.S. Deputy Assistant Secretary of Defense for Western Hemisphere Affairs, Mr. Rogelio Pardo-Maurer to the Hudson Institute (in U.S. Cuba Policy Report, July 36, 2005, published by the Institute for U.S. Cuba Relations). Mr. Pardo-Maurer is the senior advisor to the Secretary of Defense on regional affairs. He says: "Cuba and Venezuela are working on a joint project . . . Bolivia." And he adds: "Cubans have latched onto the Venezuelan embassies abroad" and they are the ones talking while the Venezuelans keep silent. Mr. Pardo-Maurer warns about the armed militia Chávez is putting together and calls the Cuba-Venezuela alliance a "huge project" and "an exact replica of what the Cubans tried to foist in Nicaragua in the 80's." In Nicaragua "this project failed," he adds, "but in Venezuela it is ongoing."

This threat has to be answered both inside and outside Venezuela. To do this, Venezuelans who love democracy need all the help they can get from the democracies of the hemisphere.

viernes, 26 de agosto de 2005

Death by Asphyxia in Venezuela

From Daniel.


To all the diseases that we once thought were all but eliminated in Venezuela but who in this past 6 years seem to be making a come back (Malaria, e.g.), add a new one: death by asphyxia in Venezuelan public hospitals. Yesterday the big news was that in the night of Tuesday to Wednesday four people died of asphyxia at the Magallanes de Catia hospital as the supply of Oxygen run out. A media firestorm erupted. One side blamed the victim and the suppliers of gas and the other side blamed the total anarchy of Caracas public hospitals administration and the huge debt accumulated by the state to its doctors and providers; these can only be expected to hold the hat for so long until they just cannot provide their services anymore.

There is no point in arguing this case as the guilt of the state is only too obvious, such incidents multiplying fast as the collapse of the radiotherapy services in public hospitals reported in recent weeks demonstrates. It seems that all intentions and cash go for Barrio Adentro, the public relations program touted urbi et orbi for propaganda purposes while the hospitals infrastructure and services keep degrading. Unfortunately for Chavez, his propaganda tool of Barrio Adentro, for all its possible virtues, cannot go much more past some aspirin and simple stitches: it is a basic primary health care and it cannot perform the complex functions of hospitals, or even “half way” hospitals such as our “ambulatorios”.

But let’s look at the government excuse of budgetary constraints. Two characters to examine.

Barreto, mayor at large of Caracas, claims that the monies are not coming through (for which declaration he surely will be reprimanded severely!) This admission of how the Venezuelan budget has become Chavez personal purse where the states and cities cannot even get the share imposed by law shows the evil of centralized power. But even if we were more than willing to grant Barreto this excuse, the way he uses the monies that reach him are simply abject. Last July Barreto was involved in some totally un-transcendental dispute about the true name and foundation date of Caracas. This made him order a few paid advertisements in Caracas newspapers, including even a FULL FOUR PAGES in El Nacional, on August 2 if memory serves me well. I regret that I have not saved it or taken a picture to use it today as it could not be found in El Nacional. However Miguel did send me this picture attached which shows already a half a page paid add. By the way you can observe just by the composition the pamphlet nature of the add.

This picture by itself cost, I am told, 6 million bolivares. The four pages which were at national level cost at least as much. And there were more, in more papers. So, let’s not be nitpickers and say that all his little campaign for massaging Barreto pseudo-intellectual ego cost Caracas town hall 15 million. I am told that the oxygen bottle that were missing cost 400 000 each. A simple calculation shows that Barreto’s ego trip could have bought 37 oxygen tanks. How many people could be saved? The reader can draw its own conclusions.

But some might say that I am unfair with Barreto, the mayor of such a large metropolitan area cannot be bothered with oxygen tanks inventories. So let’s look at Asia Villegas, the one in charge of medical supplies in Caracas town hall. That woman, instead of looking into how many Band-Aids were needed for Caracas hospitals did manage to pick up a feud with the US embassy. The reason? She was refused a DIPLOMATIC visa to go to the US for some women’s right conference. The embassy quickly pointed out that since she was not a national government employee she was asked to justify the reasons to demand a special visa when she could apply for a normal visa like this blogger would do. She preferred to make a big stink out of it, probably considering that as the sister of the ambassador to Mexico and of the star anchor man of the state TV, VTV, she should be treated like royalty. Such a revealing glimpse into the mind of chavismo!

There is no conclusion needed, the reader’s intelligence is enough to decide.

PS: This post although written by me has been researched and discussed by Miguel and myself. It is thus signed by both of us and will later appear in Miguel’s blog. The outrage must denounced in a single voice. You are invited to copy and paste in your own site and add your signature.

lunes, 4 de julio de 2005

Bye Venezuela. Hello Brazil.

Last night I left Venezuela for the third time. The company I work for offered a transfer I just could not pass. Despite all the problems going on in little Venice, I can't begin to express how sad I feel on the personal side. Leaving my family again is something that crushes my heart, no matter how many times I've had to do this before.

While I'm writing this and riding the cab back to the hotel, I can only promise to try to write more on Venezuela, this time from the "exile".

jueves, 30 de junio de 2005

Let the assimetrical war begin

Since I stopped going to the office last tuesday and began packing my things (I'll explain on my next post), sometimes I lay down a little just to swap some TV channels. Around 1300hs today, I stopped at VIVE TV, one of the government channels, which is supposed to be culture-oriented.

The 'cultural' program they were showing today was an Assimetrical war drill.

I kid you not.

While at all times there was "Simulacro de Guerra Asimétrica, Edo. Sucre, 03/06/2006" at the top right corner of the screen, the camera showed people running on the streets of the small village of Guayacán, on the eastern state of Sucre. At a different take, a man who appeared to be under the influence kept saying to the camera, among other things, that "...we know it, the invaders won't take our oil, the people, united, will never be invaded...(this actually rhymes in spanish)" and other not quite understandable stuff.

On the next take, a woman not surprisingly phisically similar to Lina Ron was talking to a group of around twenty women, mostly composed by teenagers. At one point, she said something that cracked me up: "When they come, we must let them know they're not welcomed here. Everybody must go to their homes, close their door, open their windows(!?) and play some venezuelan music at high volume, like Alí Primera". My laugh was so loud that I couldn't hear what she said next.

Then the 'invaders' came along. A couple of military trucks filled with men in military pants and white shirts arrived, playing the role of the evil soldiers from the empire. The first thing the local Lina Ron did was tell her troops to retreat, even when, according to her, "it doesn't matter if there are ten from them for each one of us, we can still win this thing".

There were also men talking on walkie-talkies, calling themselves 'Águila 1', 'Águila 4' (Eagle 1, Eagle 4), and pretending to be in a military operation, though the only 'coded' talking was their Águila names.

Unfortunately, this cultural program ended before knowing who won the assimetrical war. As I watched this, I wondered what the heck are these chavistas thinking. Do they really think the U.S. will invade us?, and if they did, do the chavistas think they can beat the marines driving them crazy with Alí Primera songs? Last but not least, don't VIVE TV people know that the exibition of such a program does nothing else than expose their supporters as plain stupid people?

When is this nightmare going to end?

domingo, 26 de junio de 2005

Cuba in numbers

John has some interesting numbers on Cuban revolutionary progress. I sure hope he provides a link to the sources soon, though I promise to look for them myself when I have some time to spare.

Population in million inhabitants
1959: 6
2004: 12

Per capita income, $ per year
1959: 1200
2004: 70

Telephones per 100 inhabitants
1959: 15
2004: 3,5

Electricity consumption per capita, watts
1959: 450
2004: 75

Consumption of calories, calories per inhabitant and day
1959: 2800
2004: 1100

Meat consumption, pounds per inhabitant and year
1959: 76
2004: 12

Consumption of eggs, units per inhabitant and year
1959: 47
2004: 13

Consumption of chickens, pounds per inhabitant and year
1959: 12
2004: 5

Number of cars per 1000 inhabitants
1959: 38
2004: 10

1 city bus per ... inhabitants
1959: 300
2004: 25000

1 intercity bus per ... inhabitants
1959: 2000
2004: 35000

Number of televisions per 1000 inhabitants
1959: 66
2004: 15

Number of TV stations
1959: 7 (2 in colour)
2004: 2

1 medical doctor per ... inhabitants
1959: 950
2004: 750

1 dentist per ... inhabitants
1959: 2100
2004: 1850

Head of cattle, million
1959: 6
2004: 1,8

Rate of inflation, percent per year
1959: 1,8
2004: 25

Number of newspapers
1959: 18
2004: 2 (no dailies)

Number of tourists per year
1959: 750.000
2004: 1.200.000

Sugar harvest, million tons
1959: 7
2004: 1,8

viernes, 17 de junio de 2005

Dirceu out, finally.

As a brazilian, I feel ashamed of these so called "homens do povo" (people's men) in Brasilia.

Reports said Lula cried when he found out about the scheme. I couldn't care less if he dried out his eyeballs. He was elected by 53 million people to get rid of corruption, generate 10 million jobs (as he promised), but hasn't done either.

I'm not saying he's as bad as Chavez, but I'm happy he's learning the hard way that being the government is not as easy as criticizing and making promises he cannot keep. I hope brazilian public institutions are independent enough to dig this scheme out and punish those involved. And Dirceu, while corrupt, had the dignity to quit.

In Venezuela, you could have public officials on tape commiting crimes (as we do), and nothing ever happens.

domingo, 12 de junio de 2005

A lista (para chavistas)

O Miguel Octavio têm uma lista de perguntas a fazer para todos os simpatizantes da roubolução bolivariana. Não é a primeira vez que estas perguntas vêm à tona, e cada vez que algumas ou todas elas são feitas àqueles chavistas nos fóruns da vida, eles mudam o assunto, começam a fazer copiar/colar das mesmas frases feitas da esquerda, ou simplesmente desaparecem.
Aqui vão de novo as perguntas, nada difíceis de responder. Basta apenas bom senso, mas sabemos que esse não é o forte dos chavistas, não é mesmo?

- Por que é ilegal que Sumate receba US$30,000 do National Endowment for Democracy, mas não o é que Chavez receba para sua campanha presidencial US$1.5 milhão do banco espanhol BBVA?

- Por que umas 200 pessoas estão indiciadas por rebelião por ter ido ao Palácio Presidencial no dia 12 de abril de 2002, e o General Lucas Rincón não foi indiciado por ter anunciado ao país inteiro, horas antes, que Chavez tinha renunciado?

- Por que a pobreza aumentou em relação ao ano em que Chavez assumiu o governo?

- Se a produção de petróleo está normalizada, por que o produto interno petroleiro vai por água abaixo mesmo com o preço do petróleo indo para cima?

- Por que ninguém foi preso por corrupção nestes sete (eu disse SETE) anos de governo?

- Onde estão os US$3 bilhões que sumiram do Fundo de Estabilização Macroeconómico? Chávez adminitiu o sumisso num "Aló, presidente", mas nunca nada foi feito.

- Por que o governo não conseguiu construir em qualquer um desses sete anos a mesma quantidade de casas que governos anteriores construiram em qualquer ano?

- Quantas tentativas de assassinato Chavez já sofreu?

- Por que Danilo Anderson foi assassinado?

viernes, 3 de junio de 2005

Amnesty who?

If you love freedom, you gotta go right now at Val Prieto's blog and read about the real gulags Amnesty International has been ignoring for decades.

Terrorist Summit 2005?

From the english version of Granma, we learn there's an 'anti-terrorism forum' going on in Havana. Guess who's presiding over it. Yes, Fidel Castro himself, sponsor and provider of safe haven for every terrorist and anti-democratic movements on the world. This must be a Cuban fool's day joke or something.

May I provide an example?

Mikel OteguiEusebio
Arzallus Tapia
Miguel Angel Apalategui Ayerbe
José Miguel Arrugaela
Josu Abrisketa
José Angel Urtiaga
Lutxiano Eizagirre
Amaia Egiguren
Iñaki Rodríguez
Elena Barcena
Iñaki EtxarteTomás Linaza
Peió de Lemona
Ramón Sagarzazu Gaztelumendi
Ramón Sagarzazu Olazaguirre
Luis Ignacio Iruretagoyena
Jesús Lucio Abrisqueta
José Manuel Isorna Santos

This is a list of known ETArras 'hiding' in Cuba, accused of car-bombings and killings throughout Spain. Another good example is Assata Shakur, whose real name is Joanne Chesimard, a NJ state convicted killer of a State Trooper. She escaped prison 16 years ago and is living in Cuba, where she has written and published a few books. Castro himself referred to her saying 'she is a fighter for the rights of her people', whatever that means.

Why Castro doesn't deliver a few of these criminals to their respective countries before asking for a 77 year-old man whose been acquitted TWICE of the crime they're accusing him for?

And there're still some people who believe every crap coming from Fidel and Hugo's mouths.

jueves, 2 de junio de 2005

The Chávez Code and Eva's deceits

From Veneconomy

VenEconomy reviews for the benefit of its readers the new “chavista” best seller titled “The Chávez Code.” The book was written by Eva Golinger, a U.S.-Venezuelan dual national whom President Hugo Chávez has personally baptized, “The Bride of the Bolivarian Revolution.”

Why be subtle? The Spanish-language version of “The Chávez Code,” launched officially in Havana before it arrived in Caracas recently, is 355 pages of organic fertilizer dedicated to the memory of Danilo Anderson, the prosecutor killed by a car bomb in November 2004. Anderson was buried in a grand ceremony where President Chávez praised him as a hero of the revolution. Then police investigators posthumously exposed Anderson as the presumed leader of a gang of extortionists working out of the Attorney General’s office. Golinger should dedicate a book of lies and distortions to the memory of a public prosecutor who has been pointed out to be crooked instead of heroic. Golinger reportedly is living in the Caracas Hilton as an official guest of the Chávez government.

A recent interview in Exceso magazine, and anecdotal reports of her travels throughout Venezuela on book-signing tours, confirm that Golinger is delighted with her 15 minutes of fame. The Chávez government is certainly delighted with Golinger, whose meteoric rise to Bolivarian fame started when she was interviewed on television in the United States while protesting in support of Chávez in New York City. Now she is the author of the Bolivarian Revolution’s “true” account of the forces and events surrounding the violence of April 11-14, 2002, in which Chávez left the presidency and returned to power less than 48 hours later. The official Bolivarian truth recounted by Golinger is that the government of the United States conspired to oust Chávez from power by working through the Central Intelligence Agency and the National Endowment for Democracy (NED) to finance, organize and train a civilian-military coup against Chávez. Golinger bases this claim on documents she obtained through the U.S. Freedom of Information Act (FOIA) with the help of a U.S. photojournalist named Jeremy Bigwood (if readers wish to know more about Bigwood, do a Google search and click on his web page).

VenEconomy read the book from cover to cover. This included double-checking what Golinger claims in the principal text of the book with the official U.S. documents that she obtained under the FOIA and cited in the book’s footnotes. In every case involving a specific quote linked by footnote to a specific U.S. official document in the book’s appendix, VenEconomy found that none of the statements she attributes to various U.S. diplomats in the main text of the book are found there. She cites the U.S. documents included at the back of the book in English as the source of these statements. This is odd, considering that Golinger claims that her many professional skills – besides immigration and entertainment industry lawyer, jazz singer and nouveau glitterati of the Bolivarian Revolution – also includes certified translations. VenEconomy did not count all of the factual mistakes, distortions and lies in the book. However, following is a small sample of Eva’s deceits. First, Golinger claims in her biographical description that she obtained “ultra-secret” CIA documents through the FOIA. This is untrue. The CIA documents in question were never even designated as classified documents. They consisted of intra-government security briefings the CIA provides daily to a restricted number of U.S. government officials. The reports are confidential, but they are not secret.

Golinger claims that she obtained her trove of official U.S. documents through FOIA requests that Bigwood assisted her with. She claims in a recent interview in Exceso magazine that no one helped her financially. However, this is untrue. The U.S. government charges fees for providing documents sought under FOIA requests. Depending on how many documents are sought, the costs climb quickly to thousands of dollars. Nevertheless, Golinger promises her readers the investigation will “continue for decades.” Who will finance it?

On page 49 of her book, Golinger claims that NED and the U.S. Agency for International Development (USAID) have spent “more than $20 million” in Venezuela since 2001 to “foment conflict and instability.” Elsewhere in the book, Golinger says the sum spent by NED and USIAD was $2 million. This could be a typographical mistake, of course.

In Chapter 3, which starts on page 59, Golinger discusses the natural tragedy that destroyed Vargas state on December 15, 1999. She states that the torrential rains started on Dec. 14, one day before the Avila Mountain slid downhill into the sea. This is mistaken. It rained almost ceaselessly for over a week before Dec. 15, and civil defense officials reportedly warned Chávez on repeated occasions that a natural disaster was imminent. However, Chávez was more interested in campaigning for his new Constitution than in flooding rivers or landslides. He ignored all warnings, and did not react publicly until at least three days after hundreds died and tens of thousands were left homeless. Golinger also claims on page 60 that the U.S. unilaterally sent military warships and Marines towards Venezuela without being invited in the aftermath of the Vargas tragedy. She goes on to say that, when Chávez learned of the U.S. action, he issued orders that the uninvited Yankees be turned away. This is also false. The U.S. government officially offered humanitarian assistance, which the then-Venezuelan Minister of Defense Raúl Salazar accepted. The President subsequently overruled him when the boats were already on their way.

In Chapter 4, Golinger discusses the International Republican Institute (IRI), a Republican offshoot of the NED. The Democratic Party has the National Democratic Institute (NDI). She describes Georges Fauriol as the head of the IRI’s Latin America program on page 70. This is incorrect. Fauriol is the IRI’s director of global strategic planning. He is the former director of the Americas Program at the Center for Strategic and International Studies. His expertise almost exclusively centers on Haiti. Fauriol was taken to the IRI by its president, George A. Folsom, who has good Republican connections through Brent Scowcroft but is not regarded as the brightest bulb in the Republican- Latin American policymaking circles of Washington, D.C. Golinger does a fast shuffle on page 74, where she refers to U.S. laws that supposedly prohibit the NED and its offshoots financing political parties outside the U.S. She cites Title 2, Section 441e of the U.S. Federal Criminal Code, as reportedly barring the U.S. from interfering in any foreign local, state or national elections. In fact, the statute she cites refers to foreign financiers of U.S. political campaigns. NED and similar entities are regulated by other U.S. legislation. In any case, NED, the IRI and NDI do not finance the political campaigns of foreign politicians.
In Chapter 5, Golinger cites documents that purportedly show the U.S. Embassy knew a coup against Chávez was being planned as early as September 2001. The documents she includes in the book, and which are found on her web site, do not substantiate that assertion even remotely. Golinger also claims in this chapter that other documents, which she included in the book’s appendix, prove the U.S. government shared and encouraged the political opposition’s desires to throw Chávez out of power.

VenEconomy read the documents in the appendix, and then consulted other documents at her web site, and none of the documents substantiate her claim. VenEconomy wants to make it clear that the criticism here centers on apparently sloppy research and unsubstantiated claims not supported by any of the alleged evidence cited by Golinger. In VenEconomy’s view, the book overall is disorganized and poorly written, and its supportive documentation doesn’t validate any of the claims the author makes about alleged U.S. encouragement and advance knowledge of a coup against Chávez.

That said, in the weeks before the violence of April 11-14, 2002, the persons who most frequently claimed that a military coup was imminent were Chávez and then-Defense Minister (now Vice President) Jose Vicente Rangel. This is a matter of public record.

In Chapter 6, Golinger claims that former U.S. Ambassador Charles Shapiro, who arrived in Caracas in February 2002, had been a military adviser at the U.S. Embassy in Chile when President Salvador Allende was overthrown in a military coup. This is incorrect. Shapiro is a career foreign service officer, a diplomat, not a military official. He certainly did have an image as a tough guy because he spent time in El Salvador in the 1980s and was the senior Cuban Affairs officer at the State Department before arriving in Venezuela.

However, Shapiro wasn’t sent to Caracas because the Bush administration wanted to take a tougher stance with Chávez. In the State Department’s ambassadorial seniority list, Shapiro was next in line for an ambassadorship, and then-Ambassador Donna Hrinak’s term in Caracas was nearly over. U.S. ambassadors rarely stay in one post more than two or three years. In any case, Ambassador Shapiro soon earned the nickname of “Goofy” among opposition leaders, which definitely is not a nickname appropriate to the tough guy image that preceded his arrival in Venezuela.

When she discusses Otto Reich, Golinger claims the U.S. Senate Foreign Relations Committee blocked his appointment as Assistant Secretary of State for the Western Hemisphere. Actually, the culprit was Senator Christopher Dodd (D-CT), who has a personal feud with Reich dating back 20 years. Golinger claims on page 103 that the CIA had “detailed knowledge” about the coup against Chávez that could only mean the CIA was in close direct contact with the conspirators. However, the CIA documents she cites are not any different in content than the reports that were being published and broadcast daily during those tense days in April 2002 by the Venezuelan news media. The CIA reports not claim to know more about the alleged coup against Chávez than what was in the news media locally at the time. They do, however, contain analytical judgments that lean towards predicting that some kind of move against Chávez was imminent.

Golinger cites former CNN correspondent Otto Neustadt’s alleged claim that on April 10, one day before the march against Chávez ended in death by gunfire in downtown Caracas, he was approached by a group of generals and admirals that wanted to pre-tape a message to be shown on April 11 after people had been killed and injured. Neustadt lost credibility. He was sacked by CNN soon after the events of April 2002 because unedited videotape he transmitted to CNN’s world broadcast center in Atlanta contained outtakes that showed the CNN reporter had a close personal relationship with then-Vice President Diosdado Cabello. CNN’s management concluded that Neustadt was compromised professionally and they terminated his employment contract.

The timelines Golinger cites for the violence that occurred in downtown Caracas do not match the known facts. She claims video of rooftop snipers was destroyed by the private television channels, which is also false. There hasn’t been proof that there ever were any rooftop snipers. Forensic analysis and photographic evidence from April 11, 2002, presently consigned before an international court proves conclusively that the descending trajectory of the bullets that killed 19 persons resulted from the fact that “chavista” shooters were firing at anti-government protesters from higher elevations and at a long distance. On page 111, Golinger attributes to Shapiro a written statement in quotes that she footnotes to an embassy cable in the book’s appendix of documents. The document does not contain the statement. This is a recurring problem with Golinger’s footnoted citations throughout the book.

“The Chávez Code” doesn’t stop at the events of April 2002. It includes chapters on the oil strike of December 2002-January 2003, and the August 2004 presidential recall referendum. VenEconomy found many more inaccuracies in these chapters, but did not want to deprive others of the chance to make their own discoveries as they read this Bolivarian best seller. Besides, this book review is already too long.

jueves, 12 de mayo de 2005

Dia da Independência em Cuba

No verdadeiro dia da independência cubano, 20 de maio, um bando de valentes fará uma manifestação em Havana, um lugar onde duas pessoas reunidas é a mesma coisa que cometer um delito. Mais informação na página da Assembléia Para Promover a Sociedade Civil em Cuba.
The purpose of this notice is the General Meeting in Havana of the General Assembly to Promote the Civil Society in Cuba.

On May 20 of this year members of the Cuban opposition will meet in Havana. This meeting is one of the most important and transcendental in the history of Cuba’s communist era. The General Meeting of the General Assembly to Promote the Civil Society in Cuba has been called for by our compatriots and members of the executive committee;- René Gómez Manzano, Martha Beatriz Roque Cabello and Félix Bonne Carcassés.

The General Meeting will be attended by more than 360 Cuban organizations operating within the island country, invitees, international observers and the accredited international press. The General Meeting will cover a variety of topics dealing with the Cuban political situation, the economy and the society. The members of the opposition will also implement several strategies meant to strengthen their effectiveness against the Cuban government in the future. The objective is clear;- to promote the establishment of a civil society in Cuba which will yield a free and democratic country. The General Meeting is taking place at a very crucial time in which Fidel Castro’s regime has once again been condemned by the Human Rights Commission of the United Nation for continued and flagrant human rights violations against the Cuban people.

Because of the importance of the coming General Meeting of the General Assembly to Promote the Civil Society in Cuba and the responsibility each Cuban has to join those who are contributing to its success requests the following of our friends in the internet throughout the World.

First: Since the internet serves as our weapon, it is very important that those persons who have not yet organized a mailing list of family, friends and acquaintances do so now. Each of us regardless of where we are in the World must become a relator of the information which will be emanating from the General Meeting.

Second: Contact the press in your area and send them the press releases put out by the Information and Support Center of the General Meeting of the General Assembly to Promote the Civil Society in Cuba.

Third: All those persons who have access to media, be it television or radio programs, the opportunity of writing for a printed medium in your respective communities please use it to call the public’s attention to the May 20, 2005 General Meeting and all the information generated by it.

Four: Please send all notices generated by the Information and Support Center of the Assembly to internet forums dealing with the Cuban dilemma. In particular those forums sponsored by newspapers, magazines, radio and television entities to maximize our exposure since these sites tend to attract great numbers of visitors.

Freedom for CubaMay 12, 2005

Talabani põe Chávez em seu lugar, de novo

Presidente do Iraque afirma que terrorismo "perde força"
da Folha de S.Paulo
O presidente do Iraque, Jalal Talabani, não reconhece a legitimidade de nenhum ato de violência cometido no país desde que os Estados Unidos derrubaram o ditador Saddam Hussein. Para ele, não há resistência legítima no país, mas apenas terrorismo.Cordial, o curdo Talabani, de 73 anos, disse à Folha que o Iraque já conta com os fundamentos de uma democracia plena e que a eleição realizada no país em janeiro é o ponto de partida para a democratização do Oriente Médio.

Folha - O sr. declarou na véspera de embarcar para o Brasil que a maioria dos atos terroristas hoje no Iraque é planejada e financiada no exterior, presumivelmente nos países vizinhos. O assunto foi discutido com esses países na cúpula?

Jalal Talabani - Não mencionei nenhum país especificamente, mas disse que a maioria desses terroristas vem do exterior. Integrantes de grupos que atuam no país, como Al Qaeda, Ansar al-Suna e Ansar al-Islam são treinados e financiados no exterior. Tive o cuidado de não mencionar nenhum país porque queremos resolver esse problema com nossos vizinhos em conversas privadas, não na mídia. O que fiz em Brasília foi um apelo à mídia árabe, que indiretamente apóia o terrorismo. Esses grupos, que matam civis, pessoas inocentes, são mostrados na mídia árabe como heróis da resistência e isso encoraja o crime. Conversei com o príncipe da Jordânia e o premiê da Síria e dos dois recebi promessas de que vão parar com a propaganda.
Folha - Na cúpula houve algumas críticas bastante duras contra os EUA, que mantêm mais de 100 mil soldados no seu país. Em algum momento o sr. se sentiu isolado?

Talabani - Não, nem um pouco. Chávez tem suas próprias dificuldades com os EUA e pode falar o que quiser. Mas ele cometeu um erro quando falou sobre o Iraque. Há uma diferença entre ocupação e presença de forças estrangeiras. Há forças estrangeiras em muitos países, como Japão, Alemanha, Coréia, Qatar, Arábia. Isso não quer dizer que eles estejam sob ocupação. A presença de forças estrangeiras no Iraque foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. Chamei Chávez para tomar um café e ele entendeu a diferença. Depois me abraçou, me beijou e disse que apóia nossa luta.

Folha - O sr. acha que há uma contradição na declaração da cúpula, que condena o terrorismo, mas apóia a resistência à ocupação?

Talabani - Não. O terrorismo é condenável, mas há resistências que são reconhecidas internacionalmente. Há diferenças entre terrorismo e movimentos de resistência que lutam para libertar um país ou para implantar a democracia e respeitam as leis de guerra. Os terroristas que cometem cegamente atos que matam civis e destroem o patrimônio nacional.

Folha - Há no Iraque hoje alguma resistência legítima?

Talabani - Não. Há dois tipos de terrorismo. Aquele que vem de fora, como o da Al Qaeda e outros grupos, que são contra a democracia, defendem um Estado islâmico ou outra causa qualquer. E há os terroristas iraquianos, que acreditam estar lutando contra os americanos, quando, na verdade, estão matando iraquianos inocentes. Na Palestina há resistência legítima. No Iraque, não.

Folha - Desde a posse do novo governo, cerca de 300 pessoas já morreram em ataques no Iraque.

Talabani - Essa onda de violência é um sinal de fraqueza desses terroristas. Se você notar, vai ver que o único recurso que lhes restou são os carros-bomba. Eles perderam o controle de várias cidades e estão sendo cercados. Mas não é fácil evitar um ataque suicida.

Folha - Tem alguma informação sobre o engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Jr., seqüestrado há mais de três meses no Iraque?

Talabani - Só ouvi falar desse caso no Brasil. Ontem o governo brasileiro me pediu ajuda. Disse que faria o possível para ajudar.

miércoles, 11 de mayo de 2005

Intercâmbio com esquerdistas do Brasil

A seguir, coloco um pequeno intercâmbio que tive na página do Circulo Bolivariano de São Paulo (é sério) com dois 'camaradas'. Reparem especialmente na frase de um deles: "a pobreza em Cuba é artificial." Vou atualizar o post caso a 'conversa' continue boa.

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[Vascaino] Site renovado, mas as mesmas idéias ultrapassadas de sempre. Ainda bem
que a opinião pública brasileira começa a chamar Chavez pelo que é, um
ditador. A reportagem de Veja é a prova mais concreta disto. Venham
para a Venezuela antes de escrever tanta bobagem.
07/05/2005 11:27

[Luciane][lualbano@...] Adorei este site, Para as pessoas esclarecidas da verdadeira revolução que está acontecendo na Venezuela, Argentina, Equador é em favor das classes menos favorecidas, contra o domínio norte americano... PEna que muitas pessoas no país não conseguem ter opinião própria ficando alienados a revistas manipuladoras no Brasil, tenho até pena destas pessoas, nossa missão é abrir a mente dos alienados para novos idéias.
Reformas já!
07/05/2005 22:38

[Vascaino] Luciane: Alienado é o cacete. Se você sabe ler, eu escrevi muito bem "venham para a Venezuela", ou seja, eu MORO na Venezuela, e sei muito bem o que o fdp do Chavez está fazendo. Não preciso de comunas ultrapassados para me "esclarecer" sobre a "revolução bolivariana", que de revolução não têm porra nenhuma. O convite segue em pé.
08/05/2005 11:08

[gu@rani.com.br][gu@rani.com.br]
alienado sim, meu caro Vascaino. eu já viajei várias vezes para caracas, e posso dizer: a classe média e classe alta torcem o nariz para o chavez. porém, você já viu aquelas favelas nas encostas dos morros, quando você vem do aeroporto para o centro ? ELES são os beneficiados pelo Chávez. ELES são quem sustentam os bacanas que têm dinheiro, com seu trabalho e tudo mais. e são ELES quem decidem quem é ou não o presidente do país, por que ELES são mais de 70% da população do país, e são excluídos por similares do PSDB, PP e PFL de lá. assim como lá, cá é igual... o ponto é, que, enquanto houver a meséria social, na qual estamos mergulhados, não estará bom para ninguém. e isso a veja não diz, por que não dá ibope, e a ética que se dane. viva
a liberdade de imprensa !! desde que esqueçamos a responsabilidade de imprensa !!! e se você não gosta da venezuela, tente você os EUA então. diz na TV que o povo é bem feliz lá.
09/05/2005 10:08

[Vascaino] Prezado Guarani: É uma pena que você não tenha escrito qual foi o motivo de suas vindas. Oxalá não tenham sido visitas guiadas por funcionários do governo, igual a como fazem com "ativistas" da esquerda mundial. Hospedam-nos em hotéis cinco estrelas, comem e bebem
do bom e do melhor e às tardes fazem visitas "espontâneas" às favelas com maior concentração de chavistas. Você infere que Chavez se importa com os pobres. Eu concordo, porque segundo números OFICIAIS, Chavez gosta tanto dos pobres que em mais de SEIS anos de governo eles
aumentaram 10%, ou seja, ele fez aumentar aqueles de quem mais gosta, não é mesmo? Enquanto isso, ele viaja pelo mundo todo num jato de $80 milhões, veste trajes de $6 mil e olha quantas horas são em Rolexes de $3 mil.
09/05/2005 12:21

[Vascaino] Veja bem: Há alguns anos eu era como vocês: botava a culpa de tudo nos gringos e demais potências mundiais. A propaganda comunista surtiu efeito em mim até que começei a ter acesso à internet. Por isso, é imperdoável que alguém, com os recursos de informação que dispomos hoje em dia, ainda acredite nessa besteira de comunismo e socialismo. Não funcionou em lugar nenhum ao longo da história e não vai funcionar. O único jeito de ter uma sociedade igualitária 100% é que esta seja feita de robôs. Enquanto houverem seres humanos sempre
haverá dissentimento, e não é um governo que conseguirá botar todo mundo pra pensar do mesmo jeito. Querer nivelar todo mundo por baixo, além de ser ridículo, é impossível.
09/05/2005 12:29

[AD] Meu caro Vascaino, não é um governo que mudará as coisas, somos nós, os seres humanos, para isso é necessário que mudamos nossas concepções, você fala que o socialismo não deu certo, e o capitalismo está dando certo? Se achar que sim vai morar no Iraque, ou até mesmo numa favela brasileira e tente sobreviver com um salário de fome. Saudações libertárias. AD
09/05/2005 13:53

[Vascaino] AD: Os governos são feitos por pessoas. Aliás, eu não escrevi em lugar nehum que devemos esperar que os governos nos levem a um standard de vida melhor. Aqui na Venezuela, é exatamente isso que Chavez quer, botar todo mundo pra viver da esmola do governo sem trabalhar. O capitalismo não é perfeito, mas é muito, mas muito melhor que o socialismo e o comunismo. Se você não acredita nisso, então venda imediatamente todas as coisas que você têm e distribua o dinheiro entre seus tios, primos e demais parentes. Entende?
09/05/2005 20:12

[Vascaino] E têm mais: a única coisa a agradecer a Chavez é ter criado o precedente do autoritarismo pelas urnas. Outros povos pensarão duas vezes antes de votar num golpista fracassado que acabou com o equilíbrio das instituições públicas em seu país. Acredito que Lula
não é igual a Chavez, mas mesmo que quisesse emulá-lo, bateria de frente com as instituições brasileiras, muito mais fortes que as venezuelanas. Diz uma coisa: Se FHC fosse presidente, você acreditaria num TSE presidido por Jose Serra?
09/05/2005 20:46

[guarani][gu@rani.com.br] Vascaino, os pobres com certeza aumentarão em todo e qualquer lugar
que resolva se livrar dos sanguessugas dos eua e europa. mas acredito que esse aumento seja temporário, assim como foi com cuba. concordo também que depois de tomada a decisão de ser independente, é preciso ter um plano, e, esse plano pode não sair perfeito, cito cuba novamente, embora, lá, vejo muito mais acertos do que erros. exclusão social existe bem mais em muitos países democráticos do que naquela ilha. e, deixemos claro que a maior parte do preço pago por quem quer ser livre, é imposto de forma bárbara pelas grandes potências. pois bem, eu conheço não só a Venezuela, mas conheço vários outros países da AL e posso dizer que quase todos estão pior do que nós. e, com tanto recurso natural, humano, etc... à nossa disposição, não há alternativa senão a sugerida pela revolução bolivariana, liderada pelo Chávez, que é a união de toda a AL, para podermos fazer páreo para os Cachorros Grandes. a questão aqui é política.
10/05/2005 09:39

[guarani][gu@rani.com.br] daí vão dizer, mas qual é a vantagem então de ser cuba ? continuemos colônia então... é o que querem que pensemos, por isso tanto embargo, tanta agressão e tanta calúnia, para que os que se aventuraram em se desgrudar, sejam um exempo de "como é ruim, viram?". porém essa visão é bem simplista e precipitada. um país isolado realmente terá dificuldades, mas um continente, ainda mais como o nosso, daí a história será bem outra. e os cachorrões sabem disso, e, temendo competição, dão golpes de estado por aqui desde antanho. por isso, eu topo pagar um preço para não ser mais colono. hoje já boicoto o que
posso de produtos ingleses, norte-americanos e israelenses. e isso já não é muito fácil.... mas sei que se não o fizer, estarei financiando a opressão e até a minha própria restrição de liberdade e futuro, através dos royalties. e, tenho medo confesso de que se um PSDB, ou PFL ou PP se elejam em 2006, daí todo esse movimento de esquerda que está florescendo nesses últimos anos, morrerá.
10/05/2005 09:51

[Vascaino] Prezado Guarani: 1-Os cubanos não são livres coisa nenhuma. Fidel prometeu, em 9 de janeiro de 1959, eleições livres. Ainda estão esperando. 2-O aumento "temporário" da pobreza em Cuba já dura 40 anos. É ou não é pobre quem ganha $6.50 por mês? Não me venha com que eles têm saúde e educação de graça, pois quem realmente usufrui disto são os turistas da saúde que vão à ilha. 3-O tal "plano" têm algum deadline? 40 anos não foram suficientes? 4-Nem me fale do embargo. Cuba só não pode fazer negócios com os EUA, mas pode fazer com o resto do mundo, a começar pela Europa. 5-Você acredita mesmo que o caminho certo é o de Chavez? Todo o poder nas mãos de uma só pessoa? 6-Respondi ponto por ponto, então responda você também ponto por ponto. Posso postar este intercâmbio no meu blog?
10/05/2005 17:04

[AD] Caro Vascaino: Eu não distribuo meus bens entre meus parentes porque são poucos bens, mas topo me unir com eles para enfrentar as dificuldades, aliás é sempre assim que conseguimos superar todas as mazelas econômicas, pois sou mais um da periferia, eu sei bem o que significa o capitalismo, sinto na pele todo dia. Experimente enfrentar uma fila do SUS, ou ver tua avó sobreviver com miseros R$ 300,00, ou então chegar em casa e perceber que você não tem o dinheiro para comprar o remédio que tua mãe precisa, ou então ficar doente e mesmo assim ter de trabalhar senão a empresa que você trabalha te demite assim que acabar o atestado. O sistema capitalista é bom para áqueles que cursam faculdade paga pelo pai, tem computador em casa, têm carro pra passear, curtem férias na praia da moda, mas para nós que suamos todo o dia preocupados se vamos ter emprego amanhã, e vemos "nossos governantes" mentindo continuadamente, é outra história. O governo é feito por algumas pessoas, não por todas. AD
10/05/2005 17:48

[guarani][gu@rani.com.br] é o seguinte, eu não disse que cuba era um país rico. eu afirmei o
contrário, por duas grandes razões: 1) o país está sozinho, e só agora a venezuela está dando uma encostada. até os eua nesta condição seriam pobres. 2) o país mais poderoso do mundo, que detém mais de 1/3 da riqueza que existe no mundo, impõe, como disse, de forma bárbara,
bloqueios, sanções e ameaças diretas e indiretas a esse país. então é que nem um copo com água pela metade, se você quiser dizer que ele está meio cheio, estará certo, mas há quem diga que ele está meio vazio, estando certo também. com esta metáfora, eu quero dizer que cuba, APESAR destes dois ítens que citei, tem índices de qualidade de vida muito superiores aos de muitos países "livres". então, 1) aqui no brasil tem eleições e o povo não sabe votar, por que a imprensa manda mais aqui até do que o poder executivo, vide a globo que pôs e tirou o collor. então essa de "prometer eleições", muita calma, pois isso pode facilmente ser um tiro no pé.
11/05/2005 09:57

[guarani][gu@rani.com.br] .....2) como disse a pobreza em cuba é algo artificial, assim como a
pobreza no brasil também o é, e na venezuela também o é. a ÚNICA saída é criar um bloco INDEPENDENTE e amplo aqui na AL. se você acha que cuba é pobre, compare com o Haiti, República Dominicana, Guatemala, Bolívia e Perú, e me diga quem é mais pobre. é como eu disse, eu vejo mais pontos positivos do que negativos APESAR da brutal desvantagem imposta à força pelos EUA. 3) o plano tem deadline não amarrado no tempo, mas sim nas codições. um governante que seja responsável não abandonará sua causa ou mesmo seu povo, em nome do ideal, pra lá de vago, de liberdade. inclusive pelo que me consta, a maioria dos cubanos aprova seu governo, embora a mídia só mostre os descontentes. 4)isso que você falou sobre a restrição somente com os eua, não é verdade. cuba hoje tem comércio com rússia, china e venezuela. o
brasil, por exemplo, não pode ter relações comerciais com cuba, sob risco de sanções dos eua.....
11/05/2005 10:05

[guarani][gu@rani.com.br] ...5) o caminho do chávez é dar poder ao povo. você deveria ver o
filme "la revolución no será televisionada". ali sim, mostra que houve grande influência da população pra impedir o golpe norte americano. chávez fez com que toda a população tivesse (e lêsse) a constituição do país. chávez dá discernimento para se estabelecer o estado de direito para o povo, e isso é muito importante. aqui no brasil só não fazem isso por que não deixam. vi nesta segunda, no roda viva a entrevista com o presidente da embraer. foi "ventilado" ali que os eua estão impedindo a licitação dos caças para a nossa soberania aérea, desde final de FHC. isso serve como exemplo do preço que pagamos por sermos tão lenientes quanto à falta de soberania do nosso país. por mim pode publicar o que quiser no seu blog. o que AD escreveu merece
crédito, pois eu, apesar de não ser nada abastado, não pertenço ao grupo descrito por ele. mas eu sei que enquanto este grupo, que é a maioria aqui estiver mal, todos estaremos.
11/05/2005 10:14

[Vascaino] AD, então você propõe que o governo deve dar de graça tudo para todos? Isso é simplesmente impossível, mesmo que o governo quisesse. Até agora, no mundo, não existiu sequer um caso de sucesso de um governo presente em todos os aspectos da sociedade, e que tenha conseguido dar prosperidade para todos seus cidadãos. Acredite, a solução não é um
governo onipresente e totalitário, e sim EDUCAÇÃO. Eu não tive faculdade paga pelo meu pai, meu primeiro (e o segundo) carro foi pago com dinheiro do meu trabalho, ninguém deu de graça para mim. Até agora, no entanto, não pude comprar carro zero, mas sei que vou conseguir. Também não tenho apartamento próprio, mas sei que vou poder ter no futuro, graças ao capitalismo, porque se você é bom no que faz, sempre terá emprego, e uma vida melhor é simples questão de tempo e trabalho duro. Agora vou com o Guarani.
11/05/2005 12:16

[Vascaino] 1) E a "encostada" que a antiga URSS deu por mais de 30 anos? Quer dizer que depois de toda essa ajuda o regime cubano não foi capaz de sair pra frente sozinho, mesmo podendo fazer negócios com TODO MUNDO exceto com os EUA? Sei. 2) O que têm de errado alguém não querer fazer negócios com outra passoa? Quer dizer que eu posso te obrigar a
comprar ou vender alguma coisa de certo provedor ou para certo cliente? Cuba pôde fazer negócios com a Europa sempre, e mesmo assim os cubanos vivem na miséria, exceto aqueles altos membros do partido comunista da ilha. 3) Prefiro ser pobre e livre que ser um pobre
escravo que não pode reclamar. Diz uma coisa: Você gostaria de ir, digamos, a São Paulo, querer comemorar alguma coisa no melhor restaurante do melhor hotel da cidade, e que na porta alguém te diga que não pode entrar porque você é brasileiro?
11/05/2005 19:19

[Vascaino] 4) Pelo menos na questão da Globo a gente concorda, é uma vergonha. Por isso só assisto futebol, F1 e A Grande Família, e olha que é o único canal brasileiro que posso assistir por aqui. 5) O tal "filme" assisti sim, mas também assisti "As 20 mentiras de A Revolução não
será televisionada", que mostra 20 falsas alegações e montagens feitas só para fazer de Chavez o mocinho do filme. Aqui na Venezuela nem os Chavistas acreditam nesse filme, de tão refutado que foi (
http://www.rottentomatoes.com/vine/showthread.php?t=294081). É um filme propaganda, como os de Goebbels.
11/05/2005 19:20

[guarani][gu@rani.com.br] ricardo, se você acha que quem usa as técnicas nazistas de controle e persuasão de goebbles é o governo do chávez, então beleza, vai aí, só não espere eu concordar contigo. se você acha que cuba pode fazer comércio com todo mundo menos os eua, e, se você acha que não haveria problema algum em isolar um país, comercialmente, diplomaticamente e politicamente, vai aí, acredite mesmo. é como eu disse, cada um enxerga as coisas como achar que deva, e vivamos em paz assim. é que nem quando a nossa mídia aqui diz que o governo lula é igual ao do fhc. realmente em alguns pontos o é, mas na maioria deles não, enfim, cada um vê o que quer ver. acho que já expus o meu ponto de vista e você o seu, estou satisfeito.
12/05/2005 09:41

[Vascaino] Beleza, Guarani. Só espero que você, como eu, esteja disposto a ouvir os dois lados da história e tirar suas próprias conclusões baseado em fatos comprováveis e números em lugar de propaganda e retórica. Até no meu blog coloquei links para 3 das mais radicais e descaradas páginas chavistas (e duas delas se dizem 'independentes'). Aposto que você não encontra links para páginas da oposição em páginas 'deles'. Abraço.
12/05/2005 10:16

sábado, 7 de mayo de 2005

Minha carta na Veja

Primeira vez que escrevo à Veja, e mesmo que a carta tenha sido editada, fico feliz pela publicação. A versão original da carta é a seguinte:

Espero que a matéria de Veja, o maior semanário do Brasil, seja o começo do despertar da imprensa brasileira com relação a este caudilho que quer ser Stalin, Simón Bolívar e Pinochet ao mesmo tempo. O discurso de Chávez a favor dos pobres é pura demagogia, como os números mostram, sempre lembrando que já estamos no sétimo ano de seu governo. Entre dezenas de promessas esquecidas, minha favorita é aquela de que mudaria o próprio nome se depois de um ano de governo ainda houvessem meninos de rua. Outra contradição do governo Chávez é o discurso anti-americano, enquanto paga com dinheiro do contribuinte a 'jornalistas' e lobbystas americanos para escreverem bem sobre o governo venezuelano, tudo através da Venezuela Information Office, em Washington. É inadmissível que a maioria da esquerda continue justificando as ações de Chávez apenas baseada no fato de que foi eleito. Houve um austríaco, lá pela década de 1930, que também chegou ao poder eleito pelo povo, eliminou qualquer equilíbrio das instituições do estado, e deu no que deu.


Minha carta na Veja Posted by Hello

domingo, 1 de mayo de 2005

O clone do totalitarismo

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, há mais de seis anos no poder, ameaça a estabilidade da América Latina com o financiamento e o apoio a grupos radicaisde países vizinhos, a formação de uma milícia civil, o usodo petróleo para chantagear as repúblicas da América Central, a compra de armas e a aliança com a ditaduracubana de Fidel Castro, de quem está se tornando um clone malfeito e extemporâneo. Na Venezuela, Chávez adotou um governo centralizador, mudou as leis para controlar melhor a oposição e aumentou o tamanho do Estado, levando à derrocada de uma das mais antigas democracias da região. Resultado: a população ficou maispobre, os investidores externos sumiram e a dívida pública aumentou

Por Diogo Schelp
Imagens da reportagem em VascainoPics.
Link original: http://veja.abril.com.br/040505/p_152.html

Presidentes de esquerda estão no poder no Brasil, na Argentina, no Chile e no Uruguai. No próximo ano, eleições poderão acrescentar à lista o Peru e o México. É um grupo heterogêneo quanto a métodos e personalidades, mas nenhum dos mandatários que o formam oferece risco para seus povos e os vizinhos. Curiosamente, o único presidente de países americanos que é uma bomba de efeito retardado, o coronel pára-quedista Hugo Chávez, da Venezuela, não pode ser classificado como esquerdista. Ele não tem passado socialista ou marxista, nem teórico nem prático. Veio do meio militar e tornou-se um populista autoritário e fanfarrão. Por três razões principais, Chávez hoje representa perigo para a democracia e ameaça à estabilidade na América Latina. A primeira é que, claramente, ele não se contenta em infernizar a vida do próprio venezuelano e começa a lançar pseudópodes por toda uma crescente área de influência no continente americano. Segundo, porque tem a mover seu expansionismo o dinheiro fácil dos petrodólares oriundos da riqueza do subsolo venezuelano. Terceiro, mas não menos preocupante, Chávez está semeando insurreição e instabilidade em países que, embora nominalmente democráticos, ainda lutam para solidificar suas instituições políticas e jurídicas e suas bases econômicas de progresso material. A combinação das três razões acima faz de Chávez um risco novo e grande no horizonte da sofrida América Latina.

Nos últimos seis anos, desde que foi eleito, Chávez usou o cargo para iniciar a construção em seu país de uma versão extemporânea do regime totalitário que existe em Cuba. O coronel ainda não atingiu a sofisticação que garante a sobrevivência de Fidel Castro, este sim um esquerdista autêntico, um fóssil da Guerra Fria que sobrevive em sua ilha particular como um capataz magnânimo mas repressor. Chávez, porém, já atingiu o patamar de comandante de um regime tipicamente autoritário, que compromete as liberdades essenciais. Curiosamente – mas não surpreendentemente – a operação desmonte da democracia venezuelana foi feita pelo que se acredita ser um dos meios mais democráticos de representação – os plebiscitos. Foram sete consultas populares em seis anos. Essa democracia direta passou por cima das instituições e permitiu ao chavismo reescrever a Constituição e demolir os outros poderes da República. Depois de uma longa queda-de-braço com a oposição, o presidente venezuelano venceu o plebiscito do ano passado que pretendia encurtar seu mandato. Com a vitória, Chávez encheu-se de força moral e partiu para a ofensiva para neutralizar qualquer desafio a sua autoridade.

Por cinco razões, alinhadas pelo cientista político mexicano Adrián Gurza Lavalle, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a Venezuela já não pode ser considerada um Estado democrático.

• A autonomia de poderes, princípio básico da democracia, foi suprimida. Chávez ampliou o número de juízes da Suprema Corte, de vinte para 32, e preencheu os novos cargos com aliados políticos. Juízes de instâncias inferiores podem perder o emprego caso assinem sentenças desfavoráveis ao governo.
• Numa democracia, se a oposição perde as eleições, ela continua a participar do jogo político. Na Venezuela a oposição está sendo amordaçada. Um novo Código Penal, que acaba de entrar em vigor, torna ilegal qualquer forma de crítica ao governo. No momento, 248 pessoas, entre jornalistas, sindicalistas, dirigentes políticos, professores universitários e militares, já estão sendo processadas por esse motivo.
• A lei da mordaça obriga a imprensa a adotar a autocensura. Comentários ou notícias podem ser interpretados como uma tentativa de desestabilizar o governo e dar origem a um processo. Outra legislação restringe os horários em que o rádio e a televisão podem transmitir noticiários.
• As regras do jogo político e institucional mudam constantemente, uma vez que Chávez se investiu de poderes extraordinários nos sete plebiscitos que convocou e venceu.
• Não há mais respeito pelas normas que regem o direito à propriedade privada. O governo começou seu projeto de reforma agrária desapropriando uma fazenda que abriga o maior rebanho de corte do país.
A essas somem-se os ataques à liberdade econômica, como o perpetrado na semana passada, quando Chávez ampliou o congelamento de preços da economia, tabelando também os juros bancários em no máximo 28% ao ano. É patético. Nada disso funciona – como os brasileiros sabem muito bem.

Uma novidade escandalosa do novo código penal da Venezuela é a revogação da presunção de inocência. O conceito de que qualquer pessoa é inocente até prova em contrário, criado na Revolução Francesa, é uma das bases do direito moderno. Abolir garantias individuais como essa foi justamente uma das primeiras penadas de Fidel Castro quando chegou ao poder em Cuba. Chávez demonstra necessidade quase patológica de se exibir como clone de Fidel Castro, o decano dos ditadores. Ambos se exibem em fardas militares e discursam por horas, misturando banalidades com assuntos de Estado. Não estivesse Caracas claramente substituindo Havana como quartel-general da insurgência revolucionária, tudo isso poderia ser mais uma risível patuscada de repúblicas bananeiras. Afinal, desde que o Muro de Berlim despencou, em 1989, sobre as utopias armadas e desarmadas da esquerda, ninguém mais leva a sério governos supressores da liberdade e centralizadores da economia.

A Cuba comunista nunca teve forças para se manter de pé sem a ajuda anual bilionária da extinta União Soviética, cuja bizarra estrutura se desmontou em 1991 tragada pelos próprios pecados e ineficiências. Sem a mesada que recebia da União Soviética, Cuba perdeu o fôlego para aventuras fora da ilha. Também já teria desmoronado sem o auxílio financeiro de Chávez. Fidel idolatra o presidente venezuelano. Vê nele a última tentativa de legar a seu povo uma herança menos amarga. Quase meio século depois da implantação do comunismo, Cuba é um país bem pior do que era nos anos 50. Antes do furacão Fidel, a ilha ostentava a quarta maior renda per capita da América Latina. Hoje tem a 15ª. Cuba era o terceiro de uma lista de onze países latino-americanos com o maior consumo de alimentos por habitante, com média diária de 2.730 calorias. Hoje a ilha ocupa o último lugar. A saúde e a educação melhoraram bastante. Mas muitos países, como Brasil, México e Costa Rica, atingiram resultados semelhantes sem escravizar seu povo, sem paredões – nem presidentes que vestem farda e fazem discursos de nove horas de duração.

No comando da quinta maior produção de petróleo, Chávez possui um caixa sem limites. Graças aos aumentos do preço internacional do barril, a Venezuela arrecadou 200 bilhões de dólares com as exportações do produto. "Chávez tem um objetivo claro: quer se tornar o grande líder de massas da América Latina", disse a VEJA o historiador venezuelano Manuel Caballero, o mais respeitado do país. Fidel tem no currículo uma revolução fracassada, mas que inspirou uma geração. O ditador cubano também conta com o alicerce do discurso marxista-leninista, que durante meio século deu as cartas em metade do planeta. Já o presidente venezuelano é da categoria caudilho iluminado, típico da América hispânica, cujos sonhos revolucionários resultam de fantasias muito próprias. "Chávez é um Fidel Castro sem cérebro e com petróleo", definiu a VEJA Andrés Oppenheimer, colunista do jornal americano Miami Herald e respeitado especialista em América Latina.

Se não há coerência ideológica em Chávez, seu plano estratégico é concreto. Em resumo, são cinco as ações externas mais identificáveis com que ele busca ampliar sua influência na América Latina.

• Primeiro, ele está usando o petróleo, abundante na Venezuela, para criar dependência nos países vizinhos. Os mais suscetíveis a essa estratégia são as pequenas nações da América Central e do Caribe, todas muito pobres, que importam da Venezuela até 80% do petróleo que consomem.
• Segundo, Chávez dá dinheiro e apoio político e técnico para movimentos de esquerda latino-americanos, muitos dos quais têm – ou já tiveram – o projeto de tomar o poder à força para instalar uma ditadura socialista.
• Terceiro, a Venezuela substituiu a União Soviética como patrocinadora do regime castrista em Cuba, fornecendo petróleo e abastecendo o país de bens de consumo industrializados, tudo a preço simbólico ou a fundo perdido.
• Quarto, o presidente venezuelano interfere nos assuntos internos de outros países de várias maneiras. Apóia candidatos à Presidência, patrocina movimentos radicais. Na Nicarágua, por exemplo, ele pediu votos ao sandinista Daniel Ortega e, no Peru, deu dinheiro a um grupo que tentou derrubar o governo com uma quartelada (veja quadro).
• Quinto, Hugo Chávez adotou um virulento discurso antiamericano, que soa como música aos ouvidos dos nostálgicos da Guerra Fria – e eles são numerosos entre a esquerda latino-americana. Uma esquerda que sempre se caracterizou por seguir caudilhos nacionalistas, bastando que eles tivessem um discurso antiamericano. Isso nasceu como estratégia oportunista. O mais melancólico agora é que tenha se tornado a essência das esquerdas. Uma pena.

Por que Chávez insiste em comprar briga com os Estados Unidos? Ele diz a toda hora que os americanos querem matá-lo ou estão prontos para invadir o país. Até agora, de real, o que se viu foi o governo de George W. Bush evitar respostas às provocações. Muito ocupada com a confusão que arranjou no Oriente Médio, a Casa Branca contava que países amigos de Chávez, mas com governos responsáveis, aconselhassem moderação ao coronel. Enquanto isso, as empresas americanas na Venezuela passaram a ser tratadas a pão e água. Sem maiores explicações, o governo de Caracas suspendeu um contrato que permitia à ConocoPhillips, a terceira maior companhia petroleira americana, explorar um campo petrolífero no país. Há três meses, fechou as oitenta lanchonetes da rede McDonald's e as quatro fábricas da Coca-Cola que operavam em território venezuelano. Ao ridículo da batalha dos McDonald's e da Coca-Coca, acrescentou-se na semana passada uma iniciativa hilariante: o anúncio em Havana, por Chávez e Fidel, da criação da Alba. Vem a ser a resposta dos dois à Alca, a área de livre-comércio das Américas proposta pelos Estados Unidos. A Alba é mais um disparate de Chávez que não vai interessar a ninguém.
Estima-se que a Venezuela esteja injetando em Cuba, a fundo perdido, o equivalente a 20% de todo o dinheiro que entra na ilha. Isso é ruim para os cubanos, pois com essa folga de caixa Fidel se sentiu à vontade para abortar qualquer vislumbre de abertura política e até mandou fechar os pequenos negócios particulares, como restaurantes, que eram o ganha-pão de tantos cubanos. É irônico como a revolução gerou um Estado oficial de mendicância: Cuba viveu durante décadas de mesada enviada por Moscou. Agora, sobrevive com donativos venezuelanos.

Os Estados Unidos dão mostras de que Chávez está conseguindo seu intento de ser notado. Uma reação parece inevitável e está em curso uma campanha diplomática para isolar o regime de Caracas. E precisará ser uma estratégia de longo prazo, pois Chávez tem boas chances de ganhar um mandato de mais seis anos. Uma das preocupações americanas decorre de compras de armas em quantidade muito acima do que seria razoável num país cujo Exército tem apenas 35.000 homens. De janeiro para cá, a Venezuela comprou mais de 7 bilhões de dólares em aviões de combate, helicópteros, navios e sistemas de radares. O pacote russo inclui 100.000 fuzis AK-47.

Os fuzis preocupam mais do que tanques porque não podem ser rastreados por satélites. Aviões e navios não têm utilidade para forças irregulares; fuzis AK-47, como os comprados pela Venezuela, são o armamento-padrão da narcoguerrilha colombiana e de guerrilheiros em geral. Os russos também venderam aos venezuelanos uma fábrica de munições. As Farc são bem armadas, mas têm grande dificuldade em obter munição. Chegam a pagar 2 dólares por uma bala para fuzil AK-47. Imagine que negócio dos sonhos é ter uma fábrica de projéteis logo do outro lado da fronteira. Mesmo que Chávez não tenha a intenção de fornecer armamentos para os guerrilheiros, ele não tem controle sobre a corrupção que domina todos os escalões de sua administração, inclusive o Exército. "Os planos de Chávez de montar uma fábrica desse tipo de munição devem preocupar não apenas os Estados Unidos, mas também os vizinhos da Venezuela", disse recentemente o vice-secretário de Estado americano Robert Zoellick.

Preocupam o Brasil, realmente. Nos primeiros momentos o governo Lula trocou juras de amor eterno com Chávez, a quem tratava como membro da mesma confraria de presidentes esquerdistas. As relações esfriaram bastante. Hoje não são hostis, mas as ações de Chávez são atualmente a maior fonte de irritação do presidente Lula no campo externo. O Itamaraty não esconde sua avaliação de que Chávez se ressente do respeito que Lula desperta no exterior. Cada vez que Chávez faz declarações exageradas, como a de que a secretária de Estado americana Condoleezza Rice (entrevistada de VEJA desta semana) tem uma queda por ele, Lula liga para o colega venezuelano e pede moderação. Chávez promete se comportar, mas não cumpre a palavra.

A Venezuela é um país com fartura de petróleo, mas praticamente sem nenhuma outra fonte de renda. Em 1958, um pacto garantiu estabilidade política até os anos 90, um dos mais longos períodos de democracia do continente. Ficou acertado que o dinheiro do petróleo financiaria um Estado clientelista. A queda nos preços do petróleo nos anos 80 pôs tudo a perder. A corrupção é endêmica na Venezuela. O presidente que Chávez tentou derrubar em 1992, Carlos Andrés Pérez, acabou preso por causa do desvio de 17 milhões de dólares. Desde 1990, onze presidentes latino-americanos foram depostos ou forçados a renunciar antes do fim de seus mandatos. Em quase todos os casos, foram derrubados por corrupção ou simplesmente porque governaram sobre economias fracassadas. O lado mais perverso dessa instabilidade é o sentimento de que o voto não é capaz de livrar o país dos corruptos ou de promover as reformas necessárias para melhorar a vida da população. É nesse ambiente que prosperam populistas como Chávez.
Não é surpresa que Chávez fascine tantos esquerdistas, que o vêem como uma novidade saudável na política latino-americana. Fazer avaliações desastrosas e seguir qualquer um que antagonize os Estados Unidos está no DNA dos militantes de esquerda. No passado, a esquerda também seguiu alegremente outros pais da pátria, como Juan Domingo Perón, cuja promessa era resolver todos os problemas da nação com um estalar de dedos e, claro, colocando a culpa de tudo nos Estados Unidos. Chávez foi recebido com furiosa alegria no Fórum Social Mundial em Porto Alegre. É um espanto que tanta gente o festeje e não o Chile, o único país latino-americano a diminuir a pobreza pela metade. É a maldição do caudilhismo, a doença senil do esquerdismo.

Com reportagem de Ruth Costas e José Eduardo Barella