domingo, 21 de enero de 2007

Chávez se siente en casa, critica a la prensa

El jueves, el diario carioca O Globo publicó un artículo sobre lo que todo el mundo sabe: la democracia en venezuela es historia. El diario no hizo más que reportar las declaraciones de portavoces de una ONG sobre la libertad de expresion en Venezuela: Venezuela rumbo al autoritarismo.

WASHINGTON. A Venezuela se encaminha para o autoritarismo, afirma uma organização não-governamental que monitora as liberdades no mundo e que cita o país como apenas “parcialmente livre”.

A Freedom in the World identificou em seu relatório de 2007, divulgado ontem em Washington, um declínio em relação à liberdade de expressão e de imprensa no país. Um dos pontos citados no informe é a decisão do presidente Hugo Chávez de não renovar a concessão da Radio Caracas Televisión (RCTV). Na véspera à noite, o ministro das Comunicações e Informação, William Lara, reafirmara a intenção do governo, anunciando os planos para o novo canal.

“Embora o declínio na liberdade de imprensa possa afetar tanto Estados democráticos quanto autoritários, este é particularmente um problema onde governantes de tendência autoritária estão agindo para eliminar ou marginalizar vozes independentes. É emblemático o anúncio no final do ano passado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao negar a renovação da concessão de uma emissora de TV que tem criticado suas políticas”, diz o relatório.

Empresários pedem que governo reconsidere O país foi classificado como “parcialmente livre”, ou seja, entre as nações onde “é limitado o respeito aos direitos políticos e às liberdades civis”. O relatório inclui ainda Caracas na lista dos que “adotaram políticas destinadas a suprimir ONGs, restringir liberdade de associação ou marginalizar a imprensa”.

“Temos observado o surgimento de regimes autoritários — e Rússia, Venezuela e Irã são bons exemplos — que são agressivamente hostis à democracia, determinados a esmagar defensores internos da liberdade”, disse Arch Puddington, diretor de pesquisa da organização, ao analisar os últimos anos.

Anteontem à noite, o ministro William Lara reafirmou que a licença da RCTV se extinguirá em 27 de maio, mas afirmou que não haverá confisco de equipamentos e bens.

Ele sugeriu que os cerca de três mil empregados da emissora se organizem em cooperativas e que participem do novo Canal 2, que substituirá a RCTV — acusada pelo governo de golpismo.

— O novo canal será uma referência de pluralismo, informação oportuna e verdadeira, entretenimento saudável e contribuição efetiva ao engrandecimento da Venezuela — afirmou o ministro, que exigiu que o grupo apresente provas de que a concessão só vencerá em 2022.

A Federação de Câmaras Empresariais da Venezuela, a Fedecámaras, pediu ontem ao governo que reconsidere a decisão. O presidente da organização, José Luis Betancourt, reconheceu o direito do Estado venezuelano “de renovar ou não a licença”, mas frisou que acredita “que haja fórmulas para que se possa exercer o direito” à livre expressão, ao trabalho e ao investimento.

— Já expressamos nosso apego à liberdade de expressão e de opinião. Por isso é tão sensível ao empresariado venezuelano este fato sem precedentes — disse José Luis Betancourt, que na véspera se reunira com Marcel Granier, gerente-geral da RCTV.

Enquanto isso, a Comissão de Ciência, Tecnologia e Meios de Comunicação da Assembléia Nacional debatia o caso da RCTV. Produtores independentes e atores compareceram ao Congresso para acompanhar a discussão. Como o governo tem maioria, dificilmente deve sair uma decisão a favor da manutenção da licença.

Mas o deputado Luis Tascón propôs a criação de uma empresa de desenvolvimento social que empregue os funcionários da emissora.

O Congresso venezuelano começa hoje a discutir em regime de urgência a Lei Habilitante, que outorga poderes especiais a Chávez. A medida, que permite ao Executivo promulgar leis sem que elas passem pelo Parlamento, deverá ser aprovada na terça-feira.

El presidente golpista no esperó mucho, y al día siguiente durante un discurso de dos horas en la asamblea legislativa de Rio de Janeiro mostró que no le importa donde esté, donde sea cree ue puede hacer lo que le venga en gana: Chávez ataca O Globo.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez ontem duras críticas ao jornal O GLOBO durante discurso de mais de duas horas de duração na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj). Com um exemplar da edição de ontem nas mãos e incentivado por um grupo de manifestantes de movimentos de esquerda, Chávez afirmou que “os oligarcas donos do GLOBO estão preocupados com o avanço da esquerda na América Latina”.

— O GLOBO quer impedir a união sulamericana.

Estão preocupados. Eles são inimigos da integração e do povo brasileiro.

O GLOBO é inimigo do povo brasileiro, do Brasil — disse, aos gritos, e criticando a forma como é tratado nas reportagens do veículo.

O ataque de Chávez foi uma reação a reportagens do jornal sobre a suspensão da concessão do canal de televisão venezuelano mais antigo do país, a RCTV. Na edição de ontem, o jornal publicou um editorial tratando da escalada de Chávez contra a liberdade de expressão em seu país.

Chávez puxou, ainda, uma vaia contra o jornal. Ele, no entanto, recusou-se a rasgar o jornal, como pediam alguns manifestantes: — Não. Isso não. Temos quer ler e analisar.

É uma guerra de idéias.

Os manifestantes de movimentos de esquerda, entre eles sem-terra, sindicalistas e estudantes, que assistiam ao discurso, aplaudiram Chávez, interrompendo várias vezes o discurso inflamado do venezuelano. Ele recebeu a Medalha Tiradentes, maior comenda concedida pelo governo do Estado do Rio.

O presidente da Venezuela também criticou os meios de comunicação de seu país e disse que “não vê a hora” de suspender, em maio, a concessão da RCTV.

— Não vou renovar a concessão. Eles não dão voz ao povo. Vamos nacionalizar e socializar este espaço — disse, ao ressaltar que os grandes meios de comunicação “venderam a alma ao demônio”.

Chávez defendeu a união cada vez maior dos países da região. Segundo ele, os países sul-americanos estão como pintores diante de uma tela em branco: — Estamos apenas nos primeiros traços. A América Latina está no caminho certo. Esta revolução está apenas começando, está agora entrando num período de aprofundamento, expansão e aceleração — afirmou, frisando que o Brasil, por seu tamanho, terá um papel fundamental nesse movimento.

Após a cerimônia da Alerj, Chávez encontrouse com o arquiteto Oscar Niemeyer, em sua casa, em Ipanema. Chegou com a comenda no peito e a visita durou meia hora.

Na saída, foi vaiado pelos moradores (a la salida, fue abucheado por vecinos -ed.).